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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Blue Jasmine (idem) - 2013; amargura, sarcasmo e martinis

Blue Jasmine (Blue Jasmine), lançado em 2013.
Um filme de Woody Allen.
Não escondo de ninguém que Cate Blanchett é uma de minhas atrizes prediletas, o que me torna suspeito para elogiar os trabalhos dela. Mas a sólida carreira que essa australiana criou ao longo dos anos não me deixa mentir. Ela participou de filmes notáveis que lhe renderam diversos prêmios e indicações em reconhecimento ao seu trabalho. Só para citar alguns: O aviador, Babel, Notas sobre um escândalo, O Curioso Caso de Benjamin Button, as franquias Elizabeth, O senhor dos Anéis e O Hobbit, entre muitos outros.
Agora, em mais um trabalho aclamado pelo público e pela crítica, ela ganhou um Globo de Ouro e se tornou quase instantaneamente uma das favoritas ao próximo Oscar. No novo filme de Woody Allen (que tornou a receber uma indicação por roteiro adaptado) ela vive uma mulher abalada com a rasteira que a vida lhe deu.

Jasmine (Blanchett) acaba de desembarcar em São Francisco para viver com sua irmã adotiva, Ginger (Sally Hawkins). Ela era casada com Hal (Alec Baldwin), um investidor que de maneira ilícita ficou riquíssimo, e vivia uma vida de luxo e roupas caras. Mas o marido é preso e se mata na prisão; falida ela vai morar com a irmã. Através de alguns flashbacks que se alternam com o presente descobrimos fatos sobre sua vida, enquanto ela tenta seguir em frente sem muito sucesso.

O filme de Allen possui muitas passagens engraçadas (bastante ácidas), mas é no drama que ele se faz de fato (talvez isso tenha deixado o filme com menos cara de Allen: menos humor e menos "magia"). Mesmo as descontraídas cenas iniciais já parecem carregar um tom melancólico que vai se intensificando ao longo da obra.
Isso, claro, é resultado sobretudo do desempenho fantástico de Cate, que consegue com muita sinceridade mostrar uma complexa mulher em decadência, que mesmo com alguns pequenos problemas mentais mantém sua elegância, sensualidade e humor sarcástico de mulher outrora milionária. Ela dá tiradas com respostas, mas mais que piadas isso é um jeito que ela encontra de fugir do mal momento pelo qual está passando. Mesmo com atitudes detestáveis, seus drinques e remédios intermináveis; é impossível não se solidarizar com sua depressão e criar um carinho por ela, uma torcida para que tudo dê certo. Mas desta vez Allen não fez um conto de fadas.

A terceira e última indicação do filme à estatueta foi de atriz coadjuvante para Sally Hawkins, que mesmo um pouco ofuscada pela colega consegue se destacar como a irmã pobre e "grosseira" de Jasmine. Ela e o seu relacionamento com seus homens são a parte mais engraçada e leve da obra.

Se não bastasse as notáveis atuações, o filme ainda tem outras qualidades que fazem com que mereça ser assistido: a fotografia que se altera com o humor da personagem e com os cenários, a cenografia em si, que varia de ambientes abertos dos bairros menos nobres de São Francisco, de mansões até a casinha humilde de Ginger. E pelo que li o filme é uma releitura de um filme que ainda não vi: Um bonde chamado desejo (post em breve).
Em março saberemos se Cate conquistará sua segunda estatueta, só espero que não precisemos desligar a TV por causa de Sandra Bullock pegando o prêmio injustamente por Gravidade.

#ficaadica
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Atualização: O Oscar, merecidamente, ficou com Cate.

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