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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Jacquot de Nantes (idem) - 1991; amor de Varda, infância de Demy

Jacquot de Nantes (Jacquot de Nantes), lançado em 1991.
Um filme de Angès Varda.
Há muito tempo que estava na expectativa de ver este filme. Desde que vi o excelente documentário Janela da Alma, onde Agnès Varda dá entrevista falando sobre o cinema, o poder da visão e sensibilidade, e explica o porquê de ter feito este filme aqui na época que fez, nos últimos dias de vida de seu marido.
Mas deu muito trabalho  o encontrar, ainda mais com legenda em português. E não à toa, Jacquot nunca foi lançado comercialmente no Brasil nem em Portugal, tanto que não há título lusófono para a obra. Com muito esforço consegui. E infelizmente fui com muita sede ao pote. Jacquot de Nantes tem sua beleza, mas é bem menos do que aparentava ser.

O filme narra a infância do cineasta Jacques Demy, que foi casado com Varda por trinta anos, até ele morrer de AIDS em 1990. O pequeno Jacquot desde muito cedo tinha enorme interesse pelas artes, e ainda criança começou a fazer pequenos filmes de animação em stop-motion. Esse conto de descoberta de vocação é intercalado com filmagens de Demy feitas por Varda meses antes de sua morte.

O trecho que eu vira em Janela da Alma que tanto me despertou interesse foi uma sequência onde a câmera de Varda passeia vagarosamente pela pele de seu esposo algum tempo antes de sua morte. Em macro é possível ver os poros, as manchas, os pelos. A textura de Demy, como a própria cineasta falou na entrevista para o documentário. E também segundo ela própria, fez isso com um olhar carregado de um sentimento forte de amor e de medo de perder o marido, como de fato aconteceu seis meses depois de terminar as filmagens de Jacquot
Varda realmente amou muito seu companheiro.

O roteiro foi escrito por ela e por Demy, que colocou suas memórias no texto. A maior parte do filme é em preto e branco, mas há diversas cenas coloridas. Para fortalecer a mensagem da importância das artes na vida do menina, as cores sempre aparecem em momentos onde há cantores, atores, bonecos ou animação. Era a arte que coloria o mundo do garoto, que vivia na França da Segunda Guerra.

O filme é sobre um menino que desde cedo sabia o que queria, e teve a sorte de conseguir chegar onde queria. Porém não é dos mais interessantes nem bonitos. Agnès, a mais importante mulher da Nouvelle Vague, tem filmes muito melhores. 
No fim o maior êxito de Jacquot é o amor que a diretora colocou nele, ela que tanto amou o protagonista. Tirássemos esse sentimento tão bonito, muito pouco sobraria do filme.
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Para quem quiser ver Jacquot de Nantes sem sofrer como eu para encontrá-lo, eis o link do torrent. Baixe sem pudores, você não encontrará o filme para comprar ou alugar aqui no país.

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