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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Gravidade (Gravity) - 2013; visualmente impecável

Gravidade (Gravity), lançado em 2013.
Um filme de Alfonso Cuarón.
Antes de Gravidade, os únicos contatos que tive com o mexicano Cuarón foi com E sua mãe também e um dos curtas de Paris, eu te amo. Gravity é um projeto bem diferente, uma superprodução comercial estrelado por dois dos maiores cachês de Hollywood. Incrível foi a recepção da crítica especializada que este filme teve (não é qualquer blockbuster caro de ficção científica que tem uma aprovação de 97% de quase 300 críticos).

Numa missão espacial próxima da Terra, o ônibus espacial tripulado por Sandra Bullock e George Clooney é atingido por restos de satélites em órbita. Os dois sobram sozinhos no meio do nada, sem comunicação com a Terra; apenas com suas roupas espaciais, com restos de combustível e de oxigênio. Com a vida por um fio eles buscam meios de voltar à Terra com segurança.

Eu seria mentiroso e hipócrita se dissesse que Gravity é ruim, pois não é. O filme vale a pena ser assistido pelos momentos de diversão que propicia e pela fotografia belíssima e pelos efeitos especiais realistas que nos conduz em sua história de ação e drama. O 3D dele tem sido elogiado (em 3D, só vi o trailer, e não curto muito a tecnologia). Os atores flutuam e rodopiam livres da gravidade, nós acompanhamos e quase sentimos a mesma vertigem. Por outro lado, Cuarón explora os recursos com sabedoria. Acho que não vi nenhum efeito visual que estava sobrando, que estava sendo usado inutilmente, apenas com o intuito de impressionar os impressionáveis. Os cenários, segundo cientistas, são realistas (o interior das espaçonaves e das estações espaciais). E é, antes de tudo, um thriller que consegue manter o nível de tensão no espectador.

Mas, como não poderia deixar de ser, tem seus probleminhas. Primeiro de tudo (se você liga para isso), o filme é bem impreciso. Várias são as coisas que jamais aconteceria numa situação real. Isso não chegou a me incomodar, até porque fui saber disso já depois de ter visto o filme. Mas isso incomoda muita gente entusiasta de aventuras espaciais.
Ele até aborda temas como solidão, desespero e autoconfiança - aliás, aí há outro acerto: a maioria de filmes semelhantes idolatra astronautas e cria todo um romantismo em torno disso, são verdadeiros épicos; já Gravidade (embora também faça isso) busca mostrar humanidade e fragilidade em seus personagens. Disso resulta, na minha opinião, a cena mais bela de todo o longa, que envolve Bullock em posição fetal. Uma cena cheia de significado - , mas ainda assim parece haver uma falta de humanidade. A trama enxuta é meio clichê (mulher forte, com antecedentes de problemas pessoais, que passa por uma provação) e não estimula nenhum tipo de reflexão nem consegue criar uma empatia verdadeira entre os personagens e o público. Embora Sandra Bollock tenha uns poucos bons momentos durante o longa, eu realmente não entendo como ela recebeu indicações e prêmios importantes pelo papel. Na maioria das vezes ela me pareceu cínica. E isso não é bom, já que quase todo o tempo temos apenas ela na tela. Já Clooney faz uma pontinha facilmente esquecível. Pior que além disso ele também não é "mágico" como outros filmes do mesmo gênero. Star Wars e ET tem várias gerações de fãs que brilham os olhos só de lembrarem do mundo de sonhos que as obras produzem em suas mentes. Gravidade apenas trás emoções passageiras e um encanto visual.

Volto a repetir, é um ótimo filme, provavelmente um dos melhores do tipo. Só que pessoalmente ainda prefiro a sensualidade e as cores latinas de Y tu mamá también, do tempo em que Cuarón era menos rico que hoje. E pessoalmente, minha torcida no Oscar não vai ser para ele.

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