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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

E sua mãe também (Y tu mamá también) - 2001; inteligente, sexy e cheio de vida

E sua mãe também (Y tu mamá también), lançado em 2001.
Um filme de Alfonso Cuarón.
Já disse em outras ocasiões que não é raro o cinema latino-americano nos agraciar com ótimas surpresas. Não sirvo para dar lição de moral pois não assisto tanta coisa assim, mas é preciso sair um pouco do eixo EUA-Inglaterra e, saindo, explorar um pouco além do cinema europeu. Brasil, América Latina, Oriente Médio, leste asiático e até África possuem suas pérolas que merecem serem assistidas. Y tu mamá también é mexicano; um filme colorido, atrevido e alegre mas ao mesmo tempo profundamente melancólico e humano.

Dois amigos de classe média alta, depois de suas namoradas viajarem, conhecem a esposa do primo de um deles. Para impressioná-la convidam-na a viajar com eles para uma praia paradisíaca que não existe. Ela recusa no começo, mas depois, abalada com uma confissão, concorda. Então os três irão cruzar o México rural, contando e ouvindo histórias no caminho e enfrentando problemas e conflitos entre si. 

Gael García Bernal e Diego Luna são dois jovens ricos e de espírito livre, que vivem uma vida de prazeres e possuem uma amizade inabalável. Maribel Verdu é a mulher madura cujas asas foram cortadas pela vida mas que se mantém alegre e sensual. Os três embarcam numa viagem na qual vão se autoconhecerem e descobrirem o mundo pobre e colorido do interior árido do país, tão distante de suas abastadas vidas. Vão aprender sobre a dualidade do sexo e sobre a fragilidade da vida e das relações interpessoais.
Embora carregado de cenas engraçadas e piadas inteligentes (vindas de personagens tão infantis que chegam a ser tolos, mas que nos cativam), uma melancolia acompanha o carro. Não sabem tudo um do outro.
Essa tensão agridoce se mistura com sexo, nudez e drogas e gera um retrato fiel da geração jovem da qual fala. Mas não há reprovações ou julgamentos. É um conto de amadurecimento (que não é forçado pela presença da mulher feita), mas acima de tudo é uma celebração da juventude.

O filme de Cuarón consegue até acertar com uma manobra perigosíssima: o voice-over. No começo o narrador até me incomodou, mas logo percebi que sua presença tinha motivos para existir e que o que ele fazia era bem mais que uma simples narrativa. O narrador diz banalidades, aparentemente sem importância, mas que esmiúçam o objeto e ampliam o contexto. Ele dá ainda mais vida aos cenários do país culturalmente riquíssimo na qual a história é ambientada, que gera incríveis fotografias. Também com comentários sutis e às vezes irônicos ele nos ajuda a decifrar os segredos de nossos três personagens, extremamente bem desenvolvidos.

O filme não tem nada de melodramático nem de absurdo (embora pareça-me um pouco forçada a insinuação de envolvimento sexual dos dois rapazes). É quente, é despudorado, é real. Você precisa assistir este filme. Y tu mamá también.

#ficaadica

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