Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Trapaça (American Hustle) - 2013; por trás dos panos

Trapaça (American Hustle), lançado em 2013.
Um filme de David O. Russell.
Trapaça me agradou muito. É um filme bem divertido sobre golpistas, máfia e polícia; vagamente inspirado em eventos reais que aconteceram nos EUA  nos anos 70. Excelentes atuações de um elenco conhecido nos levam para um mundo de segredos, mentiras e crimes. Com todo seu charme e bom humor.

Irving Rosenfeld (Christian Bale) é um golpista que se apaixona por Sydney Prosser (Amy Adams). Para ajudar nos negócios do amante ela finge ser uma nobre britânica, Lady Edith Greensly. Os lucros da dupla começam a crescer, mas um investigador do FBI, Richie DiMaso (Bradley Cooper), consegue pegá-los e os obriga a ajudá-lo com uma investigação que envolve senadores, deputados e mafiosos donos de cassinos. Nisso Irving se mete em encrencas por culpa de sua sensual e ciumenta esposa, Rosalyn (Jennifer Lawrence), e se torna amigo do prefeito de Camden, Carmine (Jeremy Renner).

Uma das maiores qualidades do longa é o trabalho dos atores, a maioria propositalmente exagerando um pouco na caracterização. Já chamado de galã antes, Christian Bale aparece barrigudo e com cara de bobo, mesmo sendo o personagem mais esperto. Ele fica perdido entre suas duas mulheres: a esposa legítima com quem tem um filho adotivo, interpretada por uma Jennifer Lawrence belíssima e sensual, porém meio desequilibrada; e a amante apaixonada, inteligente e igualmente sedutora, Amy Adams. Completa o elenco Cooper (não tão bom), que faz um policial metido a esperto mas que é controlado pela mãe e pela noiva da qual não gosta, além de usar bobes para anelar o cabelo. E Jeremy Renner é um bem intencionado político populista, um tanto ingênuo e estúpido. Em comum eles têm a característica de fingirem ser quem não são, de viverem uma vida de trapaças. Não é difícil ver que esse cinismo os perturba. Há ainda uma aparição rápida de Robert De Niro.

Porém, se American Hustle é espirituoso e elegante, oferecendo diversão garantida com seus personagens inconstantes (e as situações que isso produz) e diálogos engraçados; ele não é muito singular. Em poucos minutos de seu início você já começa a sentir todo um ar de Scorsese. Há muito do estilo dele nesse filme, é inevitável se lembrar de alguns de seus filmes, principalmente (claro), de Os bons companheiros, com sua mistura de ironias e falcatruas, câmera ágil, fotografia quente e narrativa rápida. Só que Russell também tem algo de estilo pessoal, que é incorporado à obra e a deixa muito mais leve que seus "primos scorsêses".
Além de muito engraçado, de sua maneira; e tem seu lado crítico que ri do sonho americano.

Há quem diga que nem todos os sonhos americanos foram ridicularizados aqui: Russel preparou este filme com todos os temperos pensados para encher a barriga da Academia. Pode até ser (nesse caso a receita deu certo), mas é ótimo mesmo assim. Toda premiação tem seus defeitos e injustiças, inclusive o Oscar, mas não deixa de ser um reconhecimento. E não vejo porque um filme, só por ganhar um prêmio essencialmente comercial, deve ser desmerecido pela homenagem. Mas minha torcida, pelo menos por enquanto, continua sendo para Ela.
 
#ficaadica

Nenhum comentário:

Postar um comentário