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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ernest & Celestine (Ernest et Célestine) - 2013; uma fábula sobre amizade e conceitos sociais

Ernest & Celestine (Ernest et Célestine), lançado em 2013.
Um filme de Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner.
As animações francesas tem um charme e uma inocência características. Baseado nos contos da escritora e ilustradora belga Gabrielle Vincent, este filme mostra a história de uma ratinha e um urso que vivem à margem da sociedade e que se tornam amigos. O filme está concorrendo ao Oscar de melhor animação.

No mundo subterrâneo existe uma sociedade de ratos (com uma organização social quase idêntica à dos humanos), onde vive a orfã Celestine. Sobre ela, na superfície, existe uma sociedade de ursos, da qual faz parte Ernest, que é solitário e passa por graves dificuldades financeiras. Esses dois mundos não se misturam: os ursos são vistos como monstros comedores de ratos pelos roedores; e os ursos sentem medo e nojo deles. Nesse contexto Ernest e Celestine se conhecem, se tornam cúmplices de um assalto e acabam se tornando amigos, uma coisa inaceitável nas suas culturas.

Vocês sabem que adoro animações, mesmo essas tridimensionais (sou fã da Pixar, como já puderam notar). Mas as animações tradicionais, em 2D, tem um charme enorme. E fizeram parte de minha infância. Por isso, em tempos de computação gráfica de custos milionários, filmes como Ernest et Célestine são uma deliciosa quebra da modernidade, capaz de encantar com sua beleza simples e com a ingenuidade de seu enredo.

A narrativa é simples e divertida, mesmo sem piadas mais elaboradas e sarcásticas (talvez, por isso, ele não agrade muito a determinados adultos). Com um conto de amizade pura e singela, ele aproveita para abordar de forma direta um tema mais maduro: os tabus sociais. As duas sociedades do filme dependem uma da outra, mas são carregadas de preconceitos entre si. É dessa quebra de padrões que nossos personagens provocam que nasce a premissa. Mas, em momento algum, o filme adquire aquele tom didático e chato de animações educativas.
Mas além de um enredo adorável, o longa acerta noutros pontos, como na trilha sonora.

Impossível falar desse filme sem mencionar a charmosa fotografia, que em alguns casos beiram o minimalismo e em outros nos fascina com os pequenos detalhes. Em tons pastéis ela parece ser feita de aquarelas. É possível quase sentir o cheiro da tinta fresca enquanto o assiste, já que os desenhos tem uma leve transparência semelhante à de tinta molhada. Em certas ocasiões ela ainda é inacabada nas margens (geralmente em ambientes abertos), nos convidando a imaginar o restante do cenário, pintar em nossa mente o que falta dele.
Lindo!

#ficaadica

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