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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Filomena (Philomena) - 2013; uma vida de espera

Filomena (Philomena), lançado em 2013.
Um filme de Stephen Frears.
Uma vez na Academia, sempre nela. Frears coleciona indicações ao Oscar e tem no currículo até uma indicação à Palma de Ouro. Logo, qualquer filme um pouco mais notável de gente como ele acaba chamando a atenção, ainda mais quando tem uma atriz (também querida na Academia) como Judi Dench num trabalho incrível. Philomena agrada, sem sombras de dúvidas. Ele tem seu charme e merece ser assistido. Mas realmente acho que se o mesmo filme tivesse sido feito por um diretor desconhecido (ou Frears escondesse sua identidade e usasse um pseudônimo) ele não teria tantas (4) indicações, no máximo a de melhor atriz. Isso porque é um filme bem comum.

Na Irlanda do início da década de 50, Filomena (Sophie Kennedy Clark) tem um encontro sexual com um rapaz e fica grávida. Expulsa de casa pelos pais, ela vai morar em um convento, onde precisa trabalhar várias horas por dia para retribuir a assistência das freiras. Seu filho é, contra sua vontade, oferecido para adoção. Durante sua vida ela tentou encontrar o filho. Já idosa (Dench) e se une ao jornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan) e volta a procurar por ele.

O filme é baseado no livro de Martin Sixmith, The Lost Child of Philomena Lee, que é baseado numa história real: de fato, em 2004, Martin ajudou a uma senhora chamada Philomena a encontrar informações sobre seu filho. Steve Coogan adaptou o livro e colocou Frears para filmá-lo. Quem já assistiu a outro cultuado filme de Frears, The Queen, conhece o estilo dele: filme simples, centrado nos personagens, sem nada de visualmente interessante.

O acerto de Philomena está justamente nas interpretações. Mas parte dele também se deve ao roteiro de Coogan (que apesar de alguns deslizes se mostra enxuto e inteligente) e à direção, principalmente porque com sabedoria os dois optaram por não fazer o filme choroso e melodramático. Para dar leveza até o incrementaram de humor. Só achei que foi do pior humor britânico (ou eu, ignorante e/ou ingênuo, não pude entender as piadas), pois não vi graça em nada, a única vez que ri foi da estupidez da tentativa de Coogan parecer engraçado medindo suas palavras.
Dench abraça sua personagem e não a abandona nunca. Uma mulher simples e sincera mas muito forte emocionalmente. Boa parte de seu sofrimento é culpa da Igreja Católica, mesmo assim é uma mulher cheia de fé.
Fã de Saramago como sou, sempre me divirto com alfinetadas na Igreja Católica, ainda mais se feitas de forma irônica como fazia o autor. Mas o modo como o diretor denuncia as barbaridades que as freiras irlandesas fizeram me pareceu um pouco sensacionalista e leviano (ainda mais nesses tempos em que padres irlandeses andam aparecendo na mídia acusados de pedofilia). Sem falar que, por mim, as freiras foram estereotipadas.

Sei lá, Philomena tem seu valor, emociona sem apelar, mesmo com uma história tão absurda e com potencial para virar choro puro. Mas não é coisa que mereça prêmios.

#ficaadica

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