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sábado, 14 de dezembro de 2013

A Conversação (The Conversation) - 1974; moral, ética profissional e remorso

A Conversação (The Conversation), lançado em 1974.
Um filme de Francis Ford Coppola.
As profissões que escolhemos podem nos levar a fazer coisas das quais não gostaríamos ou levar a coisas que não esperávamos. O advogado obrigado a defender alguém que ele sabe ser culpado, o engenheiro aeronáutico que projeta um avião militar, o médico que leva alguém a morte por um erro seu. Até Santos Dumont morreu amargurado por ver os aviões sendo usados na I Guerra. Esse dilema de muitas pessoas é tratado muito bem em Amor sem escalas, vale a pena conferirem.
Coppola, em The Conversation, trata desse peso num thriller psicológico, no qual um grampeador, ainda transtornado por pessoas terem sido mortas por causa de seu trabalho, volta a suspeitar que seus serviços foram contratados para o mal.

Harry Caul (Gene Hackman) é uma lenda viva do grampo. Ele consegue fazer as mais complicadas escutas usando aparelhos fabricados por ele mesmo e inventando novas técnicas de espionagem. Depois de uma complicadíssima missão para gravar a conversa de um casal num local aberto e cheio de ruídos, ele, enquanto edita o material, suspeita que o seu cliente pretende matar esse casal. Atormentado ele tentará descobrir, afina, o que aquela conversa queria dizer.

Gene Hackman interpreta seu papel com bastante talento e compromisso. Caul é um homem de hábitos e peculiares, antissocial, obcecado por segurança e religioso, o que só agrava a culpa que sente. Mas ele fica ainda mais perturbado (e interessante) quando teme repetir seu erro e colocar mais vidas em perigo. Depois testemunhamos sua desolação em saber que foi grampeado. Mesmo sendo incrível no seu trabalho, não sabe se proteger dele. Seus vizinhos podem abrir seu apartamento e um colega de profissão é capaz de enganá-lo numa brincadeira com uma escuta das mais óbvias.
Coppola, que filmou este filme entre O poderoso chefão e O poderoso chefão: Parte II, mostra poder ser também um gênio do suspense, capaz de colocar o espectador em elevada tensão. Seus cortes rápidos, a câmera que devagar vai buscando o que está oculto, o silêncio de certos trechos, esse estudo sobre Harry Caul, tudo nos deixa atentos e expectantes. Já a primeira cena, filmada do alto, dá a noção de que não é um filme qualquer. A trilha sonora também é impactante e colabora nessa tensão.

Além disso o filme foi lançado pouco tempo antes de romper o Escândalo de Watergate (lembram de Todos os homens do presidente?), deixando o filme, que fala de espionagem, de moralidade, de invasão de privacidade, ainda mais dentro do contexto social de quando foi lançado.
#ficaadica

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