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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Todos os Homens do Presidente (All the President's Men) - 1976; o mais realista filme sobre jornalismo investigativo

Todos os Homens do Presidente (All the President's Men), lançado em 1976.
Um filme de Alan J. Pakula.
Em Todos os Homens do Presidente Dustin Hoffman e Robert Redford são dois jornalistas numa investigação maçante sobre o escândalo político que obrigou o então presidente norte-americano Richard Nixon a renunciar ao cargo. Adaptação do livro de não-ficção homônimo de Bob Woodward e Carl Bernstein, este filme de Pakula (que assina A escolha de Sofia) nos leva juntos à uma trama tensa, inteligente e rápida.

Depois de um assalto à sede do comitê democrata em Washington, durante as campanhas eleitorais para presidente de 72, o jornal Whashigton Post publicou a notícia na primeira página. Mas enquanto o FBI investigava o caso, sem grandes descobertas, dois jornalistas do Whashington Post, Woodward (Redford) e Bernstein (Hoffman), também começaram a investigar o caso e sua possível relação com a Casa Branca.

Em tempos nos quais o jornalismo conta com nomes como José Luís Datena pregando seu sensacionalismo patético e vomitando preconceitos ao vivo, e onde mídias antes respeitadas como a Veja deixam claras suas parcialidades politícas e manipuladoras em cada matéria (e ainda abre espaço para colunistas como Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes), All the President's Mens serve para mostrar o que há de nobre na imprensa, que apesar de vários desfavores à sociedade também sempre fizeram trabalhos importantíssimos, divulgando verdades e informações diversas sobre os mais variados assuntos. O filme mostra como é importante uma imprensa livre e desvinculada ao Estado.

Os dois jornalistas são totalmente profissionais, buscando a verdade sem deixarem que suas ideologias (um deles é republicano, inclusive) influenciem em seu trabalho. Redford, Hoffman, Jason Robards. Ao ver os três no editorial, seus modos de falar e se comportar, você acredita que realmente são jornalistas. Eles fazem telefonemas, vasculham papéis, batem em centenas de portas, entrevistam pessoas por horas, se encontram em estacionamentos escuros com informantes, se entopem de café. Esquecem de suas vidas pessoais durante os meses que dura a investigação.
Mesmo baseando-se quase exclusivamente em diálogos o diretor consegue manter o ritmo e um clima de tensão, são conversas inteligentes, não muito "mastigadas". É notável a agilidade dos dois para fazerem perguntas, perceberem coisas relevantes em pequenos detalhes e em contradições, darem respostas prontas para perguntas que tentam intimidá-los. 

Pakula filma amplos planos da redação, com seu típico ruído de máquinas de escrever, brinca com os cenários externos, explora prédios públicos de novos ângulos, joga com a luz e a sombra. Mesmo com muita conversa e pouca ação o filme nos deixa atentos e aflitos pelos desdobramentos. Um thriller que não poderia ser melhor em nenhum aspecto.

#ficaadica

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