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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Noite Americana (La nuit américaine) - 1973; uma sincera declaração de amor ao cinema

A Noite Americana (La nuit américaine), lançado em 1973.
Um filme de François Truffaut.
Em A rosa púrpura do Cairo Woody Allen faz uma genuína homenagem ao cinema. Cinema sobre cinema. Mas A noite americana é ainda melhor. Truffaut, um dos nomes mais importantes da história do cinema francês, presta uma homenagem à sétima arte numa obra metalinguística cheia de um humor irônico sobre a indústria. O próprio título se refere a uma técnica muito usada em filmes, noite americana é filmar uma cena noturna durante o dia, usando para isso um filtro. O filme recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Ferrand (François Truffat) é um cineasta em plena produção de um filme. Entramos nos bastidores e vemos os problemas de orçamento, pressão dos produtores, problemas pessoais dos atores e técnicos.

A viagem que Truffaut nos propicia é deliciosa. Adentramos o universo cinematográfico e vemos o quão interessante ele pode ser por trás das câmeras. Vemos atores com egos inflados, estrelas em decadência, galãs homossexuais, atrizes grávidas, traição, intrigas e ciúmes. Problemas de tempo e dinheiro.
 
Truffaut praticamente interpreta a si próprio: Ferrand é um diretor sereno, inteligente e apaixonado pelo que faz. Num sonho ele se recorda da noite em que, ainda criança, roubou os cartazes de Cidadão Kane. De longe essa cena é a maior declaração de amor ao cinema que o filme possui.
Outra cena épica é a do gato. Naquele momento nós sentimos um pouco da emoção que é estar envolvido na produção de um filme.

O elenco é espetacular. Acredito eu que um ator interpretar um ator é difícil, já que o ator da trama ainda interpreta um segundo personagem. É preciso fazer esse personagem como se fosse o ator da trama, não como o ator real faria. Nesse contexto se destaca Valentina Cortese, a velha atriz. Vê-la neste filme (e no filme dentro do filme) é um deleite para qualquer cinéfilo. Nathalie Baye, que faz Joelle, uma das personagens mais inteligentes do filme, a única capaz de compreender as birras de Alphonse (Jean-Pierre Léaud), também surpreende.

A noite americana é um filme fantástico, principalmente para nós que também amamos o cinema.

#ficaadica

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