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sábado, 25 de maio de 2013

A rosa púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo) - 1985; uma homenagem ao cinema

A rosa púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo), lançado em 1985.
Um filme de Woody Allen.
A vida humana é tão complexa, tão cheia de emoções variadas, boas ou ruins, que muitas vezes gostaríamos que ela fosse simples e feliz como várias histórias de livros e de filmes. E por meio da chamada metalinguagem Woody Allen aborda isso de um modo sensível, divertido, inteligente - e absurdo. A rosa púrpura do Cairo é uma homenagem à sétima arte e aos fãs dela. Com audácia e genialidade o diretor e roteirista misturou realidade com fantasia e com sonhos.

Durante a década de 30, numa sociedade americana arrasada socio-economicamente pela Grande Depressão, Cecilia (Mia Farrow) vive em profunda infelicidade. Seu marido bêbado apenas joga e não dá atenção à ela, apenas a maltrata e agride. Seu refúgio é no mundo ecantado e romântico do cinema. Quando o filme "A rosa púrpura do Cairo" estréia ela vai assistir e se apaixona pela obra, em especial pelo herói secundário Tom Baxter, interpretado pelo "ator Gil Shepherd" (Jeff Daniels). Depois de mais uma desilusão em sua vida, Cecilia assiste ao filme várias outras vezes, e numa delas, de repente, Tom Baxter para o filme e sai da tela para o mundo real, para interagir melhor com sua fã, por quem se apaixonou. E dessa louca aventura o filme se molda.

Mia Farrow faz um trabalho notável. É impossível não se sensiblizar e se identificar com o brilho nos olhos de Cecilia, jovem mulher romântica que sonha com uma vida menos ruim. Ela é fragil e doce, ingênua até, tanto que mesmo sempre estando triste e abatida emana um otimismo contagiante. Ela é, na verdade, nós cinéfilos, que também admiramos a ficção do cinema e nos imaginamos dentro da trama de nossos filmes prediletos. Jeff Daniel interpreta dois personagens que em tese são um só. Um é fruto do trabalho de outro. Um é "homem perfeito"; o outro um ambicioso novo talento. Mas o "perfeito", surgido da tela - e felizmente não nos importa como isso foi possível - só sabe o que estava no seu script. Ele não conhece a realidade, onde o sexo pode vir logo após um beijo, onde os carros necessitam de chaves e as brigas são para machucar e onde existem bordéis. Mas isso não é problema para quem se ama, Cecilia pode lhe ensinar como funciona o mundo real, que é mais feio e duro que a ficção, e ele pode ensiná-la a amar. O problema vem do mundo externo: um marido ciumento que não quer perder a mulher que lhe coloca comida na mesa e lava suas roupas; e os produtores de Hollywood, que não veem o filme como arte, mas como negócio para ganhar dinheiro.

No geral, além de o público e o cinema ganharem uma linda e original homenagem, ainda temos belas piadas e uma critica à sociedade e à indústria cinematográfica.

#ficaadica

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