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domingo, 17 de novembro de 2013

Último Tango em Paris (Ultimo tango a Parigi) - 1972; um conto de erotismo e paixão

Último Tango em Paris (Ultimo tango a Parigi), lançado em 1972.
Um filme de Bernardo Bertolucci.
O filme que levou o nome de Bernardo Bertolucci os ouvidos do mundo foi um dos filmes mais polêmicos do cinema. Marlon Brando depois disse ter se arrependido do filme e ficou cinco anos sem falar com o diretor; Maria Schneider, até então desconhecida, com apenas 19 anos, disse ter se sentido violada pelo filme, que segundo ela arruinou sua vida. O filme foi proibido em vários países, inclusive no Brasil, que estava no período do governo militar, e o diretor italiano foi preso por quatro meses por obscenidade em seu país natal. A Itália só pôde assistir o filme na íntegra quinze anos depois. Escândalos à parte o filme recebeu duas indicações ao Oscar e hoje é considerado um importante clássico do cinema europeu.

Paul (Brando) é um americano entristecido com a morte de sua esposa. Ele conhece a jovem Jeannie (Schneider), mulher liberal noiva de um diretor de televisão. Os dois passam a se encontrarem em segredo em um apartamento em Paris, sem jamais revelarem suas identidades. 

No tempo em que estamos este filme não tem nada de mais, se fosse lançado hoje talvez até passasse por despercebido. Não é tão ofensivo quanto dizem. Mas em 72 estamos separados apenas quatro anos de eventos como a Primavera de Praga e o Maio de 68. O filme de Bertolucci foi lançado no período da revolução sexual, escandalizando o público conservador com cenas de sexo anal e um jogo de sedução baseado na dominação sexual. Diferente de outros tantos dramas eróticos, neste o ato não acontece de verdade. Não há sexo explicito e tudo são encenações, o que não impediu os atores de declararem terem se sentido violados por Bertolucci, que desde então foi considerado uma espécie de monstro do cinema. Tempos depois ele filmou o premiado O último imperador, que lhe rendeu o Oscar que não havia conseguido com a indicação por Tango, mas ainda hoje ele gera desconfianças sobre si e alguns atores não aceitam trabalhar com ele.

Tango oferece uma profunda reflexão sobre o amor e o sexo. Um verdadeiro estudo sobre o estado de espírito dos dois amantes, que veem seus encontros como uma fuga de suas vidas frustradas, ainda que também encontrem muito sofrimento dentro do apartamento, fazendo um sexo que parece triste, angustiado e desesperado. O tango, uma das danças mais sensuais e difíceis, é comandada pelo homem, exigindo uma grande química entre os dançarinos. Aqui os dois atores também possuem uma empatia, e Brando domina, tanto como ator como personagem. É também um filme intimista de Bertolucci.

Lento, monótono e cansativo as vezes, mas um filme cheio de beleza e sensualidade como poucos outros. Nos anos seguintes começa a era dos grandes blockbusters e filmes comerciais voltados para o público adolescente. A moda dos dramas eróticos não pegou, mesmo que em 76 o expressivo O império dos sentidos tenha votado a chamar a atenção do público e se tornado um expoente do cinema oriental.

#ficaadica

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