Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

domingo, 16 de junho de 2013

A Força do Carinho (Tender Mercies) - 1983; a fragilidade das relações humanas

A Força do Carinho (Tender Mercies), lançado em 1983.
Um filme de Bruce Beresford.
Em Tender Mercies Robert Duvall tem uma interpretação discreta, feita com os olhos. Foi a segunda vez que ele atuou num roteiro de Horton Foote (a primeira foi numa rápida aparição em O sol é para todos), e depois de vários sucessos no cinema e indicações ao Oscar em filmes como O poderoso chefão, MASH, Rede de Intrigas Apocalypse Now ele levou pela primeira vez a estatueta. 
Beresford é o diretor de Conduzindo Miss Dais, produzido seis anos mais tarde. Os dois filmes têm a semelhança de narrarem aventuras e desventuras de gente comum e desenvolver os personagens até extrair cada emoção humana possível. No entanto este filme não é tão bom quanto eu esperava.

Mac (Duvall) é um cantor e compositor de música coutry divorciado destruído pelo álcool. Um dia ele se vê sem dinheiro para pagar sua estadia em um motel, e se oferece para trabalhar para a dona, a viúva Rosa, que exige que não beba enquanto trabalha. Ele continua no emprego e aos poucos larga o vício, e se casa com Rosa. Quando sua vida parece tomar bons rumos aparecem pendências com a antiga família.

Beresford acerta no ritmo da narrativa, intensa mas sem melodrama, e na sua capacidade de extrair dos atores seu máximo - inclusive Duvall, com quem não se entendia no set de filmagens. A fotografia é clara, mas não muito colorida, afinal estamos numa região árida e triste do Texas, onde as pessoas andam com chapéus de vaqueiro e botas, o tempo todo. Mas a tristeza maior está nos personagens. Mac lamenta os rumos que deu na sua vida e sente saudades da filha, que não vê por anos. Quando encontra Rosa ele tem a oportunidade de redenção e expiação. Ela é uma viúva que sozinha cuida do filho, um garoto curioso que quer sempre saber como era seu pai e como ele morreu no Vietnã. As respostas que recebe são sinceras, mas nada pode tapar a lacuna de ter crescido sem um pai. Sem um pai cresceu também a filha de Mac, que agora que é maior de idade tenta alguma reaproximação, contrariando a mãe, uma bem sucedida cantora. É um filme sobre como a vida é imprevisível e inconstante e sobre como as reações humanas são complexas e frágeis.

O grande pecado da produção fica por conta da montagem, nem sempre está tudo no seu melhor lugar, e não raras vezes as cenas sofrem cortes bruscos sem motivo aparente (vide briga do garoto, ainda no início do filme). O público também pode ficar um pouco confuso com pulos para o futuro, onde em menos de um segundo passam-se vários meses e já temos duas pessoas casadas. Isso mesmo, felizmente não somos obrigados a presenciarmos a cerimônia de casamento, afinal há coisa melhor na trama para ser desenvolvida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário