Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

sábado, 5 de janeiro de 2013

O sol é para todos (To kill a Mockingbird) - 1962; um mix falho de thriller e drama de tribunal

O sol é para todos (To kill a Monkingbird), lançado em 1962.
Um filme de Robert Mulligan.
Baseado em um romance de mesmo nome, da autora norte americana Harper Lee, este é um filme imprevisível. E também um legado anti-intolerância racial aclamado e amado por toda a gente. Não é um filme perfeito, muito do roteiro é falho, absurdo, e se pararmos para analisar, seu maior feito é transformar o protagonista num herói, tanto que em grande parte das cenas em que o ator Gregory Peck aparece, mesmo nas mais importantes, ele fica em primeiro plano ou tem um close em si. Mas é um clássico por algum  merecimento.

Na primeira parte temos uma história leve, carregada de fantasias e medos, que é vivida por um grupo de três crianças: um casal filho de Atticus Finch, um bondoso advogado viúvo, que cuida dos filhos auxiliado pela empregada negra, e ajuda os pobres; e um menino que não mora na pequena cidade mas está a visitar a tia. Vivem os três entre as brincadeiras e as aventuras criadas a partir do medo de um personagem misterioso, um suposto homem de dois metros e meio de altura que come esquilos e vive acorrentado em casa pelo pai. 
Mas a beleza e a paz da infância vai ser quebrada quando seu pai decide defender a causa de um homem negro acusado de estuprar uma jovem branca. Como era de se esperar, ainda mais a história sendo ambientada na década de 30, logo após a grande depressão, toda a cidade fica contra Atticus, pois onde já se viu um homem defender um negro? A palavra de um acusado de cor contra a da suposta vítima branca sempre vai perder. No tribunal inicia-se o embate, e tudo aponta para a inocência do acusado, mas os fins podem ser outros e desencadeiam fatos imprevisíveis que retomam antigas personagens.

O sol é para todos aborda temas delicados como a ética, a justiça, a discriminação, o amadurecimento. Temos uma belíssima trilha sonora e fotografia em preto e branco impecável.
Mas não podemos deixar de reconhecer que Atticus é tão bom homem, tão sem qualquer defeito, que nem parece humano, não é um homem real, não é um personagem verossímil. Igualmente pouco verossímil são cenas como a da porta da cadeia, onde a fala de uma menina supostamente na ignorância que a ingenuidade lhe obriga, amolece os corações de duas dúzias de caipiras sedentos de sangue (e tudo isto para matar a tiros um homem maneta enjaulado, bastava um ou dois homens para isso). No tribunal ainda temos um estranho silêncio da parte vencedora, que nem sequer comemora; seguido por uma honraria, um endeusamento de Atticus. Estranho é que as mesmas pessoas que tanto o prezam nada fazem quando Atticus tem o rosto cuspido por um solitário homem (na minha terra ele teria levado uma surra).
Não é um filme ruim, longe disto. Mas não é tudo que dizem ser. Foi tão super estimado que o AFI elegeu-o como o maior drama de tribunal da história, estranhamente na frente de outro filme, do mesmo gênero, que de longe se mostra melhor: Kramer vs Kramer. Mas estas são hipocrisias norte-americanas, a prova disto é que lá o racismo é alarmante ainda hoje, e os racistas politicamante corretos são parte dos fãs desta obra.

#ficaadica

2 comentários:

  1. achei pobre e bem simplista essa crítica, essa estrofe sobre a atitude de atticus a cusparada"(na minha terra ele teria levado uma surra)." exprime bem a maturidade do autor condizente com a atualidade, o olho por olho à violência, o niilismo desnecessário em que a violência deve ser respondida com violência enquanto na verdade o filme é sobre um traço tão em desuso no entretenimento de hoje em dia, um traço humano chamado compaixão

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu não defendi que o personagem deveria ter levado uma surra, o que eu disse é que se fosse um filme verossímil ele teria levado uma surra.
      Que pena que não gostou da resenha. Fazer o que né, nem sou crítico.
      Obrigado pela visita e volte e comente sempre.

      Excluir