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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Gente como a gente (Ordinary People) - 1980; meigo e humano

Gente como a gente (Ordinary People), lançado em 1980.
Um filme de Robert Redford.
Em sua estréia como diretor o até então ator Robert Redford chocou o mundo ao tirar das mãos de Scorsese os Oscar de melhor filme e melhor diretor, que claramente devia ter sido dado a Touro IndomávelNo entanto Ordinary People não é um filme ruim. É uma daquelas películas que conquistam pelas atuações genuínas e personagens bem desenvolvidos. Não há muita ação, nem jogo de efeitos de fotografias peculiares. Apenas os atores dando o melhor de si, de um modo bastante singelo. Em suma, filmes como Kramer versus Kramer e Laços de Ternura
Uma família de classe média de Chicago perde o filho mais velho num acidente. Logo depois o caçula que sobrou tenta se suicidar cortando os pulsos. O filme acompanha o retorno do garoto à casa, e a tentativa da família de voltar a ser como eram. Mas todos os três estão mudados, imersos em mágoas, culpas e em dúvidas.
Gente como a gente é uma daquelas histórias da casa que se desfaz. Um família aos poucos ruindo, como no trecho de uma música do Gonzaguinha: 
São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...
Quis ilustrar a trama com estes versos pois o enredo se constrói justamente nos conflitos por pouca coisa, onde o dito fica pelo não dito, e a culpa corrói as pessoas. Conrad é o garoto sobrevivente, que se culpa por não ter sido ele a vítima do acidente de barco. Depois de voltar do hospital psiquiátrico ele se sente deslocado do ambiente familiar, e seus amigos já não o tratam como antigamente. Eventualmente ele procura um psiquiatra, que vai ter sua importância no enredo. Seu pai é um homem solitário que timidamente tenta se reaproximar de Conrad e entender o que se passa com a esposa Beth. Ela por sua vez é uma mulher que tenta fugir do que aconteceu fingindo não ter acontecido nada. Ela vive de aparências e se esforça para parecer que tem uma família feliz e livre de problemas, mas sua frieza com o filho o faz sentir-se muito mal. A família está inserida numa névoa de amargura e tristeza, mas esconde sua agitação das outras pessoas. 

Como dito anteriormente, o grande acerto é o elenco competente e também o roteiro polido, que desenvolve bem seus personagens e traz belos diálogos, alguns comedidos e silenciosos. E o diretor soube comandar tudo isso, tornando o filme perceptivo e comovente sem apelar para o melodrama.
#ficaadica

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