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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Touro Indomável (Raging Bull) - 1980; violento e marcante

Touro Indomável (Raging Bull), lançado em 1980.
Um filme de Martin Scorsese.
A considerar a opinião do pessoal que votou na lista do American Film Institute dos 100 melhores filmes norte-americanos, edição de 10º aniversário, Raging Bull é o quarto melhor, atrás apenas de Cidadão Kane, O poderoso chefão e Casablanca. Como já disse em outras ocasiões, sou um pobre cinéfilo que está longe de conhecer todos os filmes americanos para poder confirmar ou desmentir esse título. O que posso dizer, contudo, é que temos aqui um clássico realmente bom, que influenciou gerações de cineastas e atores e possui lugar eterno na história do cinema mundial.

Estamos em 1964 e vemos Jake LaMotta (Robert DeNiro), um ex-pugilista, envelhecido e com sobrepeso tentar a vida como humorista. Então voltamos para a década de 40, numa luta que rende a Jake sua primeira derrota na carreira. Seu empresário é seu irmão Joey (Joe Pesci), que tem a personalidade forte e violenta como a do irmão. Apesar de já ser casado, Jake se envolve com uma garota de 15 anos e eventualmente os dois se casam. Mas além de administrar sua carreira, Jake se envolve em escândalos e brigas com a família e enfrenta problemas de sobrepeso, o que ameaça seus planos de se tornar campeão de boxe nos pesos-médios.

Lançado logo no início da década de 80, Touro Indomável foi um marco no cinema que acabou criando um estilo seguido ao longo dos anos 80. Narra a conturbada vida do pugilista Jake LaMotta, famoso nos anos 40, sua ascensão e declínio. Scorsese cresceu no subúrbio de Nova York, e em vários filmes seus ele filmou essas áreas da cidade, inclusive em Taxi Driver, obra de 76, também com DeNiro no papel principal, que assim como em Raging Bull fala sobre o ciúme de um homem sobre uma mulher, doloroso e que denuncia sua própria impotência, e expresso através da violência.
Este filme justamente nos mostra um diretor furioso e enérgico, e um DeNiro inesquecível e violento. Não é um filme sobre boxe, por mais que o esporte esteja sempre muito presente, mas sim sobre um homem paranóico, violento, ciumento, possessivo e inseguro de si, cujos fantasmas e inseguranças afundaram sua carreira e sua vida pessoal. Seus sentimentos negativos são demonstrados pelos seus atos de violência. Quanto mais raiva, melhor ele luta. Isso é explicito principalmente na cena em que deforma o rosto do "lutador bonito". Infelizmente fora dos ringues ele também demonstra esse seu lado animalesco que o afasta da esposa e do irmão, que ele tanto ama.

Na época que o filme se ambiente, o boxe não era tão profissional (embora mais adorado), então é possível ver que as lutas, muitas vezes lembram brigas de rua, o que só atesta a tese de que o filme é um retrato violento do subúrbio nova iorquino no qual Scorsese cresceu. 
A narrativa é simples e a montagem eficiente. A fotografia belíssima em preto-e-branco dá um ar de documentário e de amargura à obra, só contrariado em alguns minutos em que se passam três anos da vida de LaMotta em imagens coloridas e desbotadas. 
É um filme visceral e sangrento sobre a  inconstância da fama e o descontrole emocional; um clássico que não deverá ser esquecido e que imortalizou o nome de Scorsese e DeNiro nos anais da história da sétima arte.
#ficaadica

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