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quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Banquete de Casamento (Hsi Yen) - 1993; segredos e mentiras

O Banquete de Casamento (Hsi Yen (喜宴)), lançado em 1993.
Um filme de Ang Lee.
Se em 2005 Ang Lee emocionou o mundo com sua obra prima O segredo de Brokeback Mountain, devemos isso também a The Wedding Banquet. Foi neste filme de 1993 que o diretor taiwanês abordou pela primeira vez a questão da homossexualidade masculina na sua obra, de um modo natural e sem estereótipos.
O banquete de casamento é um filme engraçado, inteligente, leve e refinado, que acaba tocando em assuntos delicados como sexualidade (e sua inibição), imigração, choque de culturas e preconceito.

Um imigrante taiwanês chamado Wai-Tung (Winston Chao), naturalizado americano, vive em Nova York a vários anos, e a pelo menos cinco ele mora com o namorado Simon em um apartamento. A sua família não sabe que ele é gay, e vive a enviar questionários onde ele coloca características que gosta em uma mulher para que uma agência encontre uma noiva. Apesar de sempre exigir características quase impossíveis de ser encontradas, eventualmente uma pretendente se encontra com ele. Para se livrar dos pais, reduzir o imposto de renda e ajudar a artista plástica sem visto, ele monta uma farsa para se casar com Wei-Wei (May Chin). O que ele não esperava era que seus pais chegassem ao país para assistir ao casamento. E então o trio precisa fingir bem para manter a história.

Com um roteiro divertido, que se vale de piadas realistas e diálogos inteligentes e críveis, Ang Lee mostra sua maestria (que em todos os seus outros filmes que já vi, está presente) em revelar o estado de espírito dos personagens com naturalidade e humanidade. A começar pelo casal gay. Os dois atores se sentem a vontade em seus papéis, e sua relação não é perfeita nem um completo caos promíscuo, como costuma-se imaginar. Wai-Tung precisa se livrar da insistência de seus pais para que se case, mas não tem coragem de se assumir e contrariar o pai em seu desejo de continuar a linhagem da família.
May Chin rouba as cenas na qual ela aparece. Sua personagem Wei-Wei sente algo por Wai-Tung, mas sabe que ele é gay. Ela tem uma personalidade forte e independente, porém está desesperada por um visto, podendo ser expulsa do país a qualquer momento, o falso casamento é sua chance de permanecer no país. Mas ela cria laços afetivos com a sogra e não se sente bem em enganá-la, ainda por cima é mesmo apaixonada pelo rapaz. O contrapeso dessa loucura de uma geração jovem é um personagem interessante: o pai de Wai. O velho sereno demonstra sabedoria em seu olhar, e suas palavras e gestos são discretos e sempre relevantes: "eu ouço, observo e aprendo", diz ele.
A fotografia é alegre e natural, e a montagem da narrativa linear está perfeita.
A passagem mais engraçada é a do casamento na prefeitura, mas diversas outras cenas e diálogos são memoráveis nessa história divertida de enganos e decepções.

#ficaadica

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