Um filme de Lynne Ramsay.
Suando amargura e remorso, uma Tilda Swinton incrível nos conduz por uma trágica história envolvendo psicopatia, maternidade e a delicada questão dos massacres cometidos por adolescentes em escolas americanas. E a cineasta Lynne Ramsay consegue fazer um excelente thriller. Adaptado do livro homônimo de Lionel Shriver.
Feliz e ambiciosa durante os tempos de solteira e início do casamento, Eva vê seus sonhos começarem a ruir com a chegada do filho Kevin. Apesar de não conseguir esconder a contrariedade, e por vezes praticar ações aos nossos olhos reprováveis, ela claramente ama o filho e tenta ao máximo ter paciência com ele. O problema é que desde bebê Kevin parece sentir ódio pela mãe e não perde oportunidade de fazer crueldades contra ele. E assim ele continua enquanto cresce.
Feito a partir de recortes do presente e do passado psicológico de Eva (o livro é construído a partir de cartas por ela escritas); que numa vida agora destruída vai relembrando a vida no passado, cheia de culpa e dúvidas; We need to talk about Kevin vai montando devagar sua premissa. Enquanto isso, aproveita para atiçar a curiosidade do público e criar uma tensão insuportável. Repleto de vermelho (além de cenas incríveis onde é a cor dominante, ou a iluminação é vermelha, esta cor sempre aparece ao longo do filme em pequenos detalhes da cenografia) ele vai preparando o público, anunciando que uma tragédia está por acontecer. O impacto no espectador é interessante.
Não pude evitar uma comparação com o excelente Elefante de Gus Van Sant, ambos abordam a mesma temática (embora de modos diferentes) mas com teorias antagônicas. Elephant mostra como um meio hostil pode formar pessoas violentas, enquanto este de Ramsay, embora o meio novamente esteja envolvido, defende que este comportamento pode ser nato (aqui representado por dois surpreendentes atores mirins, Jasper Newell e Rocky Duer, e mais tarde por um também incrível Ezra Miller), e pode acabar aumentando ou diminuindo conforme a educação recebida. Esta última tese, a meu ver é mais falha, e menos ampla. Mas ainda sim We need to Talk about Kevin agrada imenso pelo seu estilo e poder para criar tensão.
#ficaadica
Não pude evitar uma comparação com o excelente Elefante de Gus Van Sant, ambos abordam a mesma temática (embora de modos diferentes) mas com teorias antagônicas. Elephant mostra como um meio hostil pode formar pessoas violentas, enquanto este de Ramsay, embora o meio novamente esteja envolvido, defende que este comportamento pode ser nato (aqui representado por dois surpreendentes atores mirins, Jasper Newell e Rocky Duer, e mais tarde por um também incrível Ezra Miller), e pode acabar aumentando ou diminuindo conforme a educação recebida. Esta última tese, a meu ver é mais falha, e menos ampla. Mas ainda sim We need to Talk about Kevin agrada imenso pelo seu estilo e poder para criar tensão.
#ficaadica
Bom filme, Ezra Miller é muito bom ator, pra mim a melhor interpretação do filme é a dele. Flávio se puder veja o filme As vantagens de ser invisivel, um ótimo filme e que também conta com o Ezra Miller no elenco.
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