Um filme de Francis Ford Coppola.
Hipnótico.
Talvez nenhuma outra palavra descreva tão bem este filme de Coppola, que chega a ser melhor que seu O poderoso chefão, uma sucessão de imagens, sons e horrores de tirar o fôlego e passar, como nenhum outro, sua mensagem anti-guerra.
Talvez nenhuma outra palavra descreva tão bem este filme de Coppola, que chega a ser melhor que seu O poderoso chefão, uma sucessão de imagens, sons e horrores de tirar o fôlego e passar, como nenhum outro, sua mensagem anti-guerra.
Apocalypse Now foi lançado, com este nome, em 1979. Em 2001, Coppola reeditou o filme e acrescentou quase uma hora a mais de filme (que na época de seu lançamento original foi cortada), relançando-o com o nome de Apocalypse Now Redux. Note que o filme é o mesmo, mas esta versão mais recente é estendida. É como as versões "deluxe" de alguns discos.
O Capitão Benjamin L. Willard (Martin Sheen), que está na Guerra do Vietnam no final dos anos 60, é enviado numa missão secreta para matar um coronel americano que está no Camboja, Kurtz (Marlon Brando), um oficial condecorado que aparentemente enlouqueceu e está a comandar uma seita. Então ele começa a subir o rio Mekong, cruzando o país por dias, acompanhado de alguns soldados que não sabem da missão.
Coppola sofreu para produzir este filme. Indo para as Filipinas filmar, ele enfrentou problemas com o elenco, um enfarto do ator principal, atrasos, estouro do orçamento e ainda por cima perdeu parte do cenário por causa de um tufão que passou pelo país em 1976. Mas o resultado final de seu filme beira a perfeição.
A Guerra do Vietnam terminou quatro anos antes do filme ser lançado, mas Coppola em seu filme veio a legitimar o pensamento anti-guerra difundido pelos hippies durante os anos sessenta. Ao longo da película não faltam alegorias, falas, simbolismos e o horror da guerra para confirmar esse posicionamento. Coppola nos leva a um profundo questionamento sobre tudo aquilo, enquanto explora seus personagens emocionalmente, que durante a viagem sofrem algumas mutações em seu modo de ver suas vidas. A maioria deles passa por conflitos internos, condensados numa fala do roteiro de Coppola e John Milius, baseado num livro de Joseph Conrad: "Há dois de você: aquele que mata e aquele que ama". O elenco como um todo nos presenteia com atuações magníficas, humanas, brutais.
Além das várias cenas espetaculares de ação, retratando o sofrimento e a insanidade humana em conflitos, numa fotografia e som deslumbrantes, temos belíssimas cenas de humanidade e diálogos memoráveis. É um filme quase místico, quase absurdo, mas paradoxalmente muito verossímil.
Apocalypse Now perdeu o Oscar para Kramer versus Kramer, talvez o maior absurdo da história da premiação, mesmo que o filme de Robert Benton seja belo. O filme de Coppola foi um marco na história do cinema, e desde então permanece inoxidável, uma obra obrigatória para os amantes da sétima arte.
#ficaadica
Nenhum comentário:
Postar um comentário