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terça-feira, 7 de maio de 2013

Juno (idem) - 2007; gravidez na adolescência

Juno (Juno), lançado em 2007.
Um filme de Jason Reitman.
Este é um filme sensível, divertido e leve, que aborda um dos temas mais discutidos e preocupantes da atualidade: a gravidez indesejada na adolescência. Não espere um filme com meia dúzia de atores pré-adolescentes sem talento e meio mortos diante das telas; Juno é uma produção que vale a pena, recheada de talentos, que começa na roteirista e termina nos atores, que realmente são atores.

Juno é uma garota rebelde de quinze anos que transou com um amigo que é apaixonado por ela. Por um golpe do destino foi o suficiente para que ela engravidasse. Quando ela descobre, naturalmente, fica desesperada, pede ajuda à melhor amiga (que no restante do filme veremos ser mesmo uma amiga, que está lá também nos momentos difíceis), fica sem rumo. Eventualmente ela cogita o aborto, mas num último momento ela resolve ter a criança e colocá-la para adoção. É quando ela terá de encarar problemas de frente e crescer.

Juno é um filme açucarado, feito para adolescentes (mas que conquistou mesmo foi o público adulto). É de se notar que os problemas enfrentados pela protagonista não são tão grandes como da maioria de outras meninas. Ela é de classe média, os pais são compreensivos e encontra um casal "rico e feliz" disposto a adotar o bebê. No Brasil a maioria das meninas que engravidam são pobres e marginalizadas, algumas são expulsas de casa ou sofrem castigos físicos dos pais, e enfrentam burocracia para colocarem a criança para a adoção. Como se pode ver, não é um filme obscuro. Mas também não é nenhum mundinho cor de rosa. É uma história feroz e perfeitamente crível.

Assim como em Educação, temos aqui um conto de amadurecimento, com um toque de humor e contemporaneidade comparável com Pequena Miss SunshineInteligente e comovente, sem apelar nunca para o melodrama.
Juno é uma menina peculiar, cheia de personalidade (bela cena na qual ela revela aos pais seu estado interessante, e a madrasta segreda que sabem que a idéia de fazer sexo foi da menina, não do garoto que de viril não tem nada). Quando se vê diante do problema que uma gravidez implica, é obrigada a tomar decisões sérias pouco condizentes com sua idade, e acaba percebendo que não se conhece (“Não sei que tipo de garota eu sou”, responde ao pai). Mas tudo ela faz com bom humor. Está desesperada, mas sorri da própria desgraça. É uma alegria melancólica deliciosa. E além disso ela começa a perceber que gosta do pai da criança que ela espera, um menino infantil, magrelo, tímido, que só ela parece achar bonito.

O roteiro de uma tal Diablo Cody é um ponto forte do roteiro: diálogos inteligentes e engraçados, personagens únicos e humanos. Ellen Page, no papel de Juno, está sublime: natural e convincente. Jennifer Garner, a Vanessa, é uma agradável surpresa, uma figura interessante e comovente.

Temos uma sucessão de cenas maravilhosas, mas três delas merecem ser mencionadas: Vanessa sentindo o bebê chutar a barriga de Juno; a cena silenciosa e solitária em que Juno para o carro no acostamento; e Vanessa segurando o recém nascido, e recebendo uma resposta inesquecível quando pergunta como está ao segurar a criança.

Juno vale a pena. Fica aí a fica.

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