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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility) - 1995; um romance agradável

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility), lançado em 1995.
Um filme de Ang Lee.
Ang Lee é um dos mais sensíveis diretores de sua geração, e dos mais talentosos. Me arrisco a dizer que dos grandes realizadores ainda ativos, só ele e Scorsese continuam criando obras primas, diferente, por exemplo, de Coppola, cujos filmes foram perdendo qualidade com o tempo. E em 1995 ele filma uma adaptação de Emma Thompson, que também é a atriz principal, para o romance de Jane Austen.
Confesso que embora tente ser o menos preconceituoso possível com relação a gêneros e temas, tenho minhas parcialidades. E nisso eu tenho de dizer que de um modo geral não gosto de romances (ainda mais se forem de época), talvez culpa do Y, sei lá. Mas vejo alguns, e foi o caso deste filme. Gostei, mas não tanto quanto estou certo que gostaria uma mulher, principalmente as mais tradicionalistas e românticas .

Na Grã-Bretanha do século XIX morre um rico fazendeiro. Em vida ele se casou duas vezes, mas seus bens ficam quase que exclusivamente com John, o filho homem do primeiro casamento, e a viúva e suas três filhas ficam dependendo da ajuda do rapaz. Mas sua ambiciosa esposa o induz a dar uma minúscula pensão às quatro mulheres. Elas são, então, obrigadas a irem morar numa casa que o primo da viúva ofereceu a uma aluguel baixo, deixando a bela fazenda a John e sua mulher. Antes de se mudarem, porém, conhecem Edward Ferrars (Hugh Grant), cunhado de John, por quem Elinor (Emma Thompson), a mais velha, se apaixonou. Aparentemente é um interesse mútuo, mas o rapaz vai embora para Londres, sob influência da irmã que não vê com bons olhos a amizade dos dois. 
Já na nova casa Elinor fica a remoer a saudade enquanto a irmã do meio, Marianne (Kate Winslet) conquista o coração do Cel. Brandon (Alan Rickman), amigo íntimo dos donos da casa em que estão morando. Os vizinhos estimam muito as novas vizinhas, mas vivendo no interior tem hábitos um pouco deselegantes, mas são os mais engraçados personagens do filme). Porém Marianne se apaixona é pelo jovem e espirituoso John Willoughby, que eventualmente também vai para Londres. Ficam as duas irmãs sozinhas, com o agravante de aparecer um moça que se diz noiva de Edward. Numa viagem a Londres é que as decepções amorosas acabam acontecendo de vez.

Para sermos sinceros é difícil crer que Razão e Sensibilidade é mais que uma narrativa escrita por uma mulher sobre mulheres sonhadoras e românticas a procurarem um homem; mas vendo o filme vemos que a realidade é um pouco diferente. Estamos numa sociedade machista e obcecada por status social e financeiro, onde a mais culta das mulheres só sonha em encontrar um bom marido: rico e que as ame. Assim o enredo não é de todo um devaneio, o único defeito disto tudo são as paixões a primeira vista, assunto que sempre despertou-me grande cepticismo. Mas quando vemos a humanidade dos personagens, a naturalidade, engolimos melhor esse romantismo, tudo obra de Lee, que extraiu o melhor do elenco, naturalmente com destaque para Kate Winslet e Thompson. A primeira é a encarnação da sensibilidade: emotiva, espontânea; a segunda é a razão: calma, contida, racional. O roteiro de Thompson, dizem, é bastante fiel. Se é mesmo não sei, nunca li o livro, que sei é que até é interessante a história, e conta com ótimos diálogos.

Razão e Sensibilidade não serve para ver na tarde de sábado acompanhado de uma cerveja, é certo, e também não chega a ser um boa pedida para ver com a namorada; mas é um filme agradável e sensível, que surgindo uma oportunidade não deve deixar de ser visto. Muito melhor que Orgulho e Preconceito, também baseado numa obra de Jane Austen. 
#ficaadica

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