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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quem tem medo de Virgínia Woolf? (Who's Afraid of Virginia Woolf?) - 1966; impressionante, cruel e dramático

Quem tem medo de Virginia Woolf? (Who's Afraid of Virginia Woolf?), lançado em 1966.
Um filme de Mike Nichols.
Em menos de uma semana vi este preto-e-branco duas vezes, e na segunda tive a certeza de que é um de meus filmes prediletos. De todos os filmes sem cor de que falei aqui (que infelizmente sempre geram preconceitos) este é o que mais vale a pena conhecer, - ao lado de A lista de Schindler - principalmente se você quer ou vai SE CASAR.

Isso mesmo, este filme é um drama familiar. Lembram-se de Deus da carnificina? Pois bem, acho que ele foi baseado em Quem tem medo de Virginia Woolf? pois aqui também temos dois casais em conflito. Mas enquanto o primeiro é uma comédia-dramática que rende boas gargalhadas, o segundo é que realmente possui carnificina, um drama perturbador, cruel e amargo, de doer-nos na pele e quase arrancar lágrimas ao ver o que o ser humano é capaz de fazer para magoar quem mais ama. E, digamo-o já, faz-nos repensar sobre o casamento. Portanto sogras de plantão, se não vai com a cara de vosso genro ou nora, convidem vosso filho para assistir este clássico ao teu lado.

Tudo começa com uma noite de bebedeira na casa do pai de Martha (Elizabeth Taylor), que é o presidente da universidade onde George (Richard Burton), um professor de história casado com Martha, leciona. A noite está linda e eles voltam a pé, sozinhos, para a casa, rindo e aparentemente em paz com a vida. Quando chegam em casa Martha se recusa a ir dormir e ainda quer beber. Mas eles começam a discutir por pouca coisa, principalmente por causa de Martha que se revela uma megera escandalosa e implicante. Então anuncia ao marido que eles têm visita dali a alguns minutos: um jovem casal que conheceram na festa, Nick (George Segal), um professor de biologia, e sua esposa Honey (Sandy Dennis). Quando chegam flagram o casal brigando e em questão de segundos se vêm envolvidos no fogo cruzado, onde segredos, mentiras e verdades, amor e ódio, humilhação mútua, ironias, indiretas, traições, confissões, agressões verbais e até violência física se misturam a muito álcool. Na maioria das vezes em ambientes internos, sufocando-nos com o clima pesado das cenas. Os fins são trágicos e uma verdade insinuada ao longo do filme é revelada, surpreendendo o espectador.


Os trabalhos de Taylor e Dennis lhes renderam os Oscar de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente. Sem dúvida é Martha a personagem mais interessante do filme: uma mulher transtornada por uma profunda dor (veja o filme para saber qual é) que maltrata quem mais ama.


Ela própria reconhece isso em um monólogo: "Sabe, apenas um homem em toda a minha vida me fez feliz. George. Meu marido. (…) George, que está em algum lugar lá fora no escuro. Que é bom para mim. Que eu insulto. Que aprende os jogos que fazemos tão rápido quanto eu os altero. Que me faz feliz – e eu nem desejo ser feliz. Sim! Eu desejo sim ser feliz. George e Martha. Triste, triste, triste. Eu não o perdoarei por ter se acomodado. Por ter me visto e dito “É, isto vai servir”. Que cometeu o hediondo, doloroso e ofensivo erro de me amar. E deve ser punido por isso. George e Martha. Triste, triste, triste."



O roteiro é simples, mas os personagens são complexos e profundos. Os diálogos ácidos são inteligentes e são o maior ponto alto da produção. Vale ainda comentar que na época Taylor e Burton eram casados de verdade.

#ficaadica

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