Um filme de Breno Silveira.


Usando da fama da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano (de quem não sou fã, mas reconheço que possuem umas músicas legais), o filme narra a história de Francisco Camargo, pai dos dois irmãos. Um homem simples, ingênuo e apaixonado por música.

Estamos no interior de Goiás, em Pirenópolis, e Helena (Dira Paes) anuncia ao marido Francisco (Ângelo Antônio) que está grávida. Quem nasceu foi Mirosmar. Logo em seguida outra criança: Emival. E ainda outras gestações acontecem. Logo descobrimos que o maior sonho de Francisco é fazer dos dois filhos mais velhos uma dupla sertaneja de sucesso. Mas para ensiná-los a ler e escrever e conseguir instrumentos para que aprendam a tocar e compor já exige sacrifícios do pai. Mas o maior deles foi ter de deixar a terra e emigrar para a capital Goiânia. Na cidade o filme ruma um caminho mais triste e sombrio e quase vemos a esperança de Francisco morrer com uma sucessão de fome, tragédia e doenças. Tanto reviravolta acaba formando nova dupla: Mirosmar e Welson, que mais tarde mudam o nome paro o que conhecemos hoje, Zezé di Camargo e Luciano e sua trajetória até o sucesso nacional.
De modo realista, o roteiro consegue retratar o país na época, onde passávamos por uma aceleradíssima urbanização da população. E os protagonistas são das pessoas que abandonam o campo e tentam uma vida melhor na cidade grande: é quando a fome, o frio e a desilusão invadem a tela. Ângelo Antônio é quem rouba a cena: de longe as melhores atuações são suas, com um personagem cheio de sonhos que faz de tudo para conseguí-los, até algumas coisas questionáveis como interferir com obsessão na vida dos filhos. Mas Dira Paes também não deixa barato. Quem deixa a desejar mesmo é só Márcio Kieling, com um trabalho bem morno. Esqueça o preconceito e aquelas porcarias de Renato Aragão e Xuxa no cinema, isto aqui é filme de verdade.
#ficaadica
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