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sábado, 15 de dezembro de 2012

2 filhos de Francisco - 2005; um conto de fadas amargo

2 filhos de Francisco - a história de Zezé di Camargo e Luciano (Dois filhos de Francisco), lançado em 2005.
Um filme de Breno Silveira.
Às vezes o cinema nacional produz coisa boa (na verdade é em uma frequência até alta). Esta cinebiografia, embora não seja nenhum expoente do cinema brasileiro, merece atenção. O melodrama, apesar de falho, tem muito a oferecer, principalmente por retratar o êxodo rural no Brasil da década de 70. E definitivamente não é necessário ser fã da dupla ou curtir música sertaneja para gostar do filme. Assim que foi lançado, contrariando as expectativas, foi sucesso de público e de crítica.


Usando da fama da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano (de quem não sou fã, mas reconheço que possuem umas músicas legais), o filme narra a história de Francisco Camargo, pai dos dois irmãos. Um homem simples, ingênuo e apaixonado por música.


Estamos no interior de Goiás, em Pirenópolis, e Helena (Dira Paes) anuncia ao marido Francisco (Ângelo Antônio) que está grávida. Quem nasceu foi Mirosmar. Logo em seguida outra criança: Emival. E ainda outras gestações acontecem. Logo descobrimos que o maior sonho de Francisco é fazer dos dois filhos mais velhos uma dupla sertaneja de sucesso. Mas para ensiná-los a ler e escrever e conseguir instrumentos para que aprendam a tocar e compor já exige sacrifícios do pai. Mas o maior deles foi ter de deixar a terra e emigrar para a capital Goiânia. Na cidade o filme ruma um caminho mais triste e sombrio e quase vemos a esperança de Francisco morrer com uma sucessão de fome, tragédia e doenças. Tanto reviravolta acaba formando nova dupla: Mirosmar e Welson, que mais tarde mudam o nome paro o que conhecemos hoje, Zezé di Camargo e Luciano e sua trajetória até o sucesso nacional.

De modo realista, o roteiro consegue retratar o país na época, onde passávamos por uma aceleradíssima urbanização da população. E os protagonistas são das pessoas que abandonam o campo e tentam uma vida melhor na cidade grande: é quando a fome, o frio e a desilusão invadem a tela. Ângelo Antônio é quem rouba a cena: de longe as melhores atuações são suas, com um personagem cheio de sonhos que faz de tudo para conseguí-los, até algumas coisas questionáveis como interferir com obsessão na vida dos filhos. Mas Dira Paes também não deixa barato. Quem deixa a desejar mesmo é só Márcio Kieling, com um trabalho bem morno. Esqueça o preconceito e aquelas porcarias de Renato Aragão e Xuxa no cinema, isto aqui é filme de verdade.

#ficaadica

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