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domingo, 23 de dezembro de 2012

Magnólia (Magnolia) - 1999; extremamente amargo e imprevisível

Magnólia (Magnolia), lançado em 1999.
Um filme de Paul Thomas Anderson.
Acho que já a muito um filme não me fazia sentir tão mal, mas também havia algum tempo que um filme não me agradava tanto. Sua melancolia fúnebre é divertida e até engraçada (não, eu não sou um masoquista). Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, nosso conhecido de Sangue Negro, essa preciosidade trás um elenco composto por nomes conhecidos como Tom Cruise, Jason Robards (o último de sua carreira), Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, John C. Reilly, Alfred Molina e Melora Walters. Vale salientar que dos filmes de Cruise e de Moore que assisti, em nenhum estavam tão convincentes como neste. O primeiro encarnando um palestrante exótico que ensina os homens a conquistarem mulheres, e a segunda como uma mulher que casando-se por interesse se apaixona pelo velho marido à beira da morte. 

O início do filme tem um ar cômico e descontraído, narrando três eventos que envolviam fatalidades, coincidências (ou não) e improbabilidades. Mas então são revelados, aos poucos, os temas que vão compor o enredo, que acaba entrando num ar tão pesado, tão amargo, que é quase impossível não se sentir mal também, principalmente por uma coisa: o filme fala sobre erros, arrependimentos e pessoas infelizes com a vida que levaram. Talvez esteja até cogitando nem ver mais, mas acredite, é uma experiência riquíssima, tanto do lado pessoal como cinematográfico. Só uma coisa me decepcionou um pouco. Justamente no clímax de tensão e melancolia, inicia-se uma chuva de rãs - sim, cai rãs (sapos) do céu, como chuva -, notavelmente uma analogia a temas bíblicos. Mas a chuva tem sua razão de existir no enredo, embora ainda ache que ela jamais devia ter ocorrido.

Tom Cruise é um homem que cresceu com ódio do pai, que o abandou junto a mãe doente, e seu ódio se converteu de alguma forma contra as mulheres, ele é um conquistador que ganha a vida ensinando outros homens a se darem bem na conquista. Seu pai é Jason Robards, um produtor de televisão no leito de morte, cheio de remorsos; casado com Julianne Moore, mulher que se casou por dinheiro e agora se vê depressiva, cheia de culpa e dependente de remédios; e assistido pelo enfermeiro Philip Seymour Hoffman. Um dos programas que ele produzia é um reality show de sucesso, apresentado por Philip Baker Hall, que descobriu que tem apenas dois meses de vida, e é pai de Melora Walters, mulher viciada em drogas que se afastou do pai por ele supostamente a ter molestado. Ela se envolve com um bondoso policial, John C. Reilly. O programa de Hall é um game show onde crianças inteligentes disputam contra adultos. E então temos Jeremy Blackman como o atual jogador, controlado por um pai autoritário, e William H. Macy é um ex-participante, que perdeu o emprego e precisa pagar um aparelho ortodôntico que colocou apenas para tentar seduzir um garçom.

A exemplo de outros filmes de que já falamos, como Babel Crash, ambos posteriores a Magnolia, aqui também temos uma rede de subtramas que interligam a vida dos personagens, mostrando a consequência de uma ação sobre outras, a casualidade de certos eventos, o jogo de ação-reação. Tudo numa confusão maravilhosa, as vezes difícil de ser acompanhada e totalmente compreendida, mas impecavelmente bem trabalhada.


Seu principal tema é a consequência de nossas escolhas e dos acontecimentos de infância. Mas outros assuntos como homossexualidade, drogas, conflito familiar, incesto, adultério, expiação, remorso, doença, morte, solidão, remorso e perdão também são abordados.
Magnólia é uma espécie de parábola, ensinando-nos a pensar muito bem antes de tomar ações.

#ficaadica
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Hoje em dia entendo Magnólia um pouco melhor do que quando escrevi esta resenha.
Na verdade hoje vejo que a chuva de rãs é um dos maiores êxitos deste filme; e ela não é gratuita, de certa forma o diretor nos prepara para essa cena ao longo da obra. Hoje gosto ainda mais deste filme, e o recomendo ainda mais.

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