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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ladrões de bicicleta (Ladri di biciclette) - 1948; o maior clássico do cinema italiano mostra o porquê de sê-lo

Ladrões de bicicleta (Ladri di biciclette), lançado em 1948.
Um filme de Vittorio De Sica.
Este aqui já apareceu em dezenas de listas dos "melhores filmes da história do cinema mundial", chegando a ficar em 1º lugar em algumas. Também recebeu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Um trabalho belíssimo, cheio de humanidade e emoção, um cinéfilo que se preze não pode ignorá-lo. É preciso muita sensibilidade e sobretudo imaginar que estamos na época do lançamento, para compreender toda a beleza da obra prima de De Sica.
O enredo se passa em Roma, no imediato pós-guerra. Com a destruição e a crise econômica causadas pela II Guerra, a Itália sofre com altas taxas de desemprego. Após muito tempo sem ocupação, Antonio Ricci consegue um trabalho, o de colar cartazes pela cidade. Mas tem uma condição para ocupar o cargo: ele precisa ter um bicicleta. Para conseguir uma, ele penhora seus lençóis. Logo no primeiro dia de trabalho, enquanto colava um cartaz, a bicicleta é roubada, e ele se vê novamente ameaçado a passar fome. Com a ajuda do filho e de alguns amigos, a magrela é procurada por toda a cidade, mas nunca é encontrada. Por acaso, Antonio se depara com o ladrão, mas não há como provar ser ele o criminoso. Desolado, ele decide roubar uma bicicleta, mas ao contrário do ladrão, ele é pego, e só não é preso porque o dono se recusa a dar queixa após ver o menino chorar pelo pai.
Sentimentos fortes deixam-se deslizar pela tela e comover o espectador. A pobreza, o desespero causados pelo desemprego num país arrasado pela guerra geram esse belo melodrama. Temos o filho, com um papel importante, que é o de ser... filho! O menino vê as ações do pai, acompanha-o, espelha-se nele enquanto enxerga de perto a dura realidade da vida, enxerga o pai desolado e aflito e presencia sua ações desesperadas, certas e erradas, às vezes até criminosas. Também é retratada a criação do vínculo dos dois, de altos e baixos: o medo e o alívio por saber que não era o seu menino a se afogar, e a agressão física do pai no filho.

A cena em que Antonio é pego roubando a bicicleta também é interessante: serve para mostrar a irônia de ver o protagonista ser chamado de vagabundo quando nós, espectadores, e também o filho, somos os únicos que compreendem o motivo do furto e o estado de espírito da personagem; que bem poderia ser chamado de vítima se não tivéssemos o caráter de imaginar que o homem que roubou a magrela de Antonio também deveria ter seus motivo, pois ao menos muito pobre temos a certeza de que é. No fim todos são vítimas.

#ficaadica

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