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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desonra (Disgrace) - 2008; um drama poderoso, intrigante e complicado

Desonra (Disgrace), lançado em 2008.
Um filme de Steve Jacobs.
Essa é a adaptação cinematrográfica do romance homônimo do Nobel de Literatura sul-africano J.M. Coetzee, o qual, infelizmente, nunca tive a oportunidade de ler. Mas se o filme é tão bom, é de se esperar que o livro seja ainda melhor. É uma história dura, complexa, que envolve sentimentos e instintos humanos de um modo não-moralista, e não necessariamente denunciadora, embora levante reflexões. Bem nas entrelinhas do enredo, o filme cutuca o Apartheid. Nenhum personagem é carismático ou antipático, são humanos com deus defeitos e qualidades, o que leva a um envolvimento ainda maior por parte do público. 

David é um professor universitário na África do Sul, que chama a atenção pelo seu egocentrismo e "instinto sexual". Ele se envolve com uma aluna de modo um tanto forçado (mas preste atenção, não é estupro; simplesmente ele insistia demais), o que leva-o a ser demitido. Sem mais ocupação, ele decide ir visitar a filha Lucy no interior do país, onde ela vive com outra mulher. Chegando lá ele descobre que a filha se separou da companheira e vive agora sozinha, administrando um canil com a ajuda de um homem negro, que vive num barração do sítio. Embora David não seja racista - se é não o percebi - ele se sente incomodo com a estranha presença do homem e por saber que no interior os negros é que controlam o espaço. Numa tarde, o sítio é assaltado e Lucy é estuprada por três homens negros e David sofre queimaduras. A quadrilha ainda mata a tiros todos os cães do canil, deixando Lucy ainda mais transtornada. Mas alguns segredos, dúvidas, obras do acaso e preconceitos ainda dão outro rumo à história.

O protagonista, brilhantemente interpretado por John Malkovich passa por uma mudança: enquanto na universidade ele era um dos que mandavam, e se permitia cometer alguns erros, no interior ele passa a um homem acanhado, controlado pelo ambiente e por seus medos e dramas pessoais. O filme ainda abrange uma série de outros temas: vergonha pessoal, subjugação das mulheres, um país em mudança, direitos dos animais, pobreza, violência sexual e desejo de expiação.

#ficaadica

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