Um filme de Stephen Daldry.
Esse belíssimo filme, um tanto filosófico, é do mesmo diretor de O Leitor, e trás no elenco três lendas vivas: Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, que precisamente por esse trabalho ganhou um Oscar, um Globo de Ouro e um BAFTA de melhor atriz principal.
O mais interessante dessa produção é seu tempo, cronológico ou psíquico. O enredo acontece em três épocas distintas, em cidades diferentes e com personagens diferentes interligadas por um livro: Mrs. Dalloway, da escritora britânica Virginia Woolf. No entanto apenas um dia de vida de cada uma é mostrado.
As três personagens são Virginia Woolf (Kidman), autora do livro; Laura Brown (Moore), dona de casa que lê o livro e Clarissa (Streep) que assume o papel de personagem do livro (a própria protagonista de Mrs. Dalloway se chama Clarissa).
Em 1923 Virginia tem problemas psiquiátrico e se sente infeliz com a vida controlada por médicos que leva, constantemente ela pensa em suicídio e já tentou duas vezes anteriormente. Ela está a escrever o romance e enquanto faz isso ela reflete sobre a vida que leva e sobre a morte. Recebe a visita de sua irmã e dos sobrinhos.
Em 1951 Laura vive um casamento aparentemente feliz, tendo um filho, Richard, e estando novamente grávida. Mas a verdade é que ela se sente infeliz com a vida vazia que leva e lendo o romance sua amargura aumenta e ela própria passa a cogitar um suicídio. É aniversário de seu marido e ela tenta agradá-lo com um bolo. Uma de suas amigas vai a um hospital retirar um tumor do útero.
Em 2001 Clarissa se prepara para dar uma festa (como no livro) em comemoração à premiação de um amigo seu, poeta e ex-namorado, que está debilitado pela AIDS e amargurado.
O diretor usa se artifícios interessantíssimos para mostrar a ligação entre as personagens e seus sentimentos em comum. De fato há um mundo de emoções em cada uma delas, todas vendo as horas se passarem. Solidão, desencanto, frustração, remorso, nostalgia, medo, paixão, a relatividade do tempo, doença e morte são temas que as três mulheres trazem à tela. Gostei muito.
#ficaadica
"You cannot find peace by avoiding life." Assim como essa o filme é recheado de frases impactantes e marcantes...
ResponderExcluirTalvez um olhar menos atencioso não perceberá que As Horas é um elogio a vida, embora pareça o contrário.
O diretor Stephen Daldry (do obrigatório Billy Elliot, #fica a dica, assista hoje a noite) consegue a façanha de em um único dia na vida dessas mulheres, transmitir ao espectador, toda a vida delas...
O melhor filme que eu vi na minha vida.
Flávio, novamente... PARABÉNS PELO BLOG... muito bom. Críticas muito inteligentes
Quem é você, querido leitor (a)? Saia do anônimo! Percebe-se que tem um olhar muito apurado para o cinema. Realmente é um filme belíssimo e muito interessante. Quanto a Billy Elliot, já anotei a dica na minha "pequena" lista de filmes por ver. Obrigado pela dica e novamente agradeço o elogio.
ResponderExcluirMe chamo Diogo, sou de Uberlândia-MG e não tenho nenhuma conta para aparecer meu nome e sair do anonimato...
ExcluirDá para usar a conta fo Google (toda a gente tem, hehe, ate a conta do finado Orkut se encaixa) ou simplesmente escrever o nome e o e-mail ou página (que pode ser a do Facebook, por exemplo). Hoje em dia não existe mais gente desconhecida na internet. Hahaha.
Excluir#ficaadica