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quarta-feira, 15 de abril de 2015

À Procura do Amor (Enough Said) - 2013; romance de meia-idade

À Procura do Amor (Enough Said), lançado em 2013.
Um filme de Nicole Holofcener.
Duvido imensamente que este seja o primeiro filme assim, mas ao menos para mim foi um tanto inesperada uma comédia romântica - um gênero sempre dominado pelos casaizinhos jovens de gente bonita, magra e imatura - com personagens de meia-idade "feiinhos". Aqui as pessoas têm filhos criados, divórcios no currículo e gordura abdominal.

Eva é uma massagista divorciada que se prepara para mandar a filha para fazer faculdade fora. Um dia ela acompanha um casal de amigos a uma festa e lá conhece Albert - também divorciado e prestes a se despedir da filha que também vai estudar fora - e Marianne, poeta e terceira divorciada da trama. A princípio Eva não se atrai por Albert, mas aceita um convite para sair e após conhecê-lo melhor começam a namorar. Marianne, por sua vez, se torna sua cliente e amiga, a quem vive desabafando sobre os defeitos do ex-marido. Não tarda para Eva descobrir que os dois foram casados, mas mantém o segredo e sonda a amiga para descobrir os defeitos do namorado.

Apesar de isso de deixar outras pessoas envenenarem as relações amorosas ser um lugar-comum, mais coisa de filme adolescente que sobre gente bem-vivida, e do péssimo título brasileiro, Enough Said acerta em sua honestidade e na química entre seus atores protagonistas.
Com suas idades entre quarenta e tantos e cinquenta e poucos anos, nossos dois personagens, ambos com suas desilusões passadas e casamentos fracassados, se envolvem enquanto num estado de auto-preservação. Com medo de novas experiências ruins ao se entregarem, eles constroem o afeto aos poucos, de modo sereno, em vez das paixões repentinas e ardentes de outros romances. Também o humor aqui é sereno, misturado ao drama. Mas este medo de se arriscar, de deixar-se vulnerável emocionalmente, também leva a erros que serão cometidos por Eva, cuja perigosa curiosidade e insegurança a faz questionar a amiga sobre manias e defeitos de Albert. Some isso ao casal amigo meio disfuncional, onde frustração sexual dá lugar a mudanças na disposição de móveis, e é possível prever os problemas.

James Gandolfini e Julia Louis-Dreyfus, reconhecidos muito mais por participarem de séries televisivas, são convincentes e naturais em seus papeis. São a alma do filme, que não tem grande roteiro nem direção. A "moral da história", a que não se deve julgar as pessoas com base no que terceiros pensam sobre ela, é bem óbvia. Mas a doçura dessa dupla, melancólica pela iminência do inevitável afastamento da prole, faz do filme agradável.

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