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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Coração Valente (Braveheart) - 1995; o grande épico dos anos 90

Coração Valente (Braveheart), lançado em 1995.
Um filme de Mel Gibson.
Infelizmente um dos maiores clássicos do cinema dos anos 90, cultuado como um dos melhores da década, não me agradou muito. Suas qualidades se anularam com seus defeitos e no fim minha opinião ficou neutra: nem ruim, nem bom.

Estamos na Escócia do século XIII, que se tornou um fantoche da Inglaterra. Depois de ter o pai morto pelo exercito inglês ainda criança, William Wallace (Mel Gibson) viaja pelo mundo com o tio. Já adulto ele volta para a Escócia, onde acaba vendo sua esposa ser executada pelos ingleses. Em retaliação, ele lidera um punhado de camponeses armados e destrói uma guarnição do exército inglês. Ele passa, então, a ser uma figura importantíssima na Guerra de Independência escocesa.

O maior problema de Braveheart é ser piegas demais. Aparentemente os fãs da obra sempre a veem com os olhos marejados. Procurando meios de conquistar o público, doses e doses de melodrama e sentimentalismo barato vão se sobrepondo ao longo de quase toda sua duração. O resultado é um punhado de cenas pouco críveis e apelativas. 
Wallace é um personagem histórico que de fato liderou clãs em batalhas contra a Inglaterra, muitas delas famosas por terem sido ganhas mesmo com desvantagem de forças. Sua importância da história da Escócia é grande e é considerado um herói nacional, mesmo que tenha sido um sanguinário. Aqui, Gibson o romantiza ainda mais.
Um filme histórico ou biográfico não precisa necessariamente ser totalmente fiel à história real, embora seja uma característica desejável. Mas certas romantizações e manipulações (na maioria das vezes usadas para tornar o filme mais interessante ao público - ou não) acabam sendo nocivas. No caso de Braveheart, uma das piores é o desnecessário romance clandestino entre Wallace e a princesa Isabel da França. Os dois jamais se conheceram, ele morreu antes mesmo de ela casar com o príncipe Eduardo. Outro deslize é o forte maniqueismo do enredo, onde os ingleses aparecem todos como vilões inescrupulosos. O derradeiro grito (embora seja a mais famosa e querida cena do filme) é romântico demais para que depois de ouvi-lo você não pense: "isso nunca aconteceu". E claro, há pretensões visuais também, como as espadas fincadas no chão em contraponto com o céu ou vultos de mortos surgindo na multidão.

Mas nada no filme é tão ruim quanto a trilha sonora. Assinada por James Horner, até possui belas canções, sempre com a presença impactante de gaitas de fole, típico instrumento escocês. Porém ela é interminável.
São três (longas) horas de filme e umas duas horas com música tocando ao fundo. São raros, mas muito raros, os momentos em que a música para totalmente. A música está sempre lá, apelativa.

Também não achei muito bacana o trabalho de Gibson como ator. Não consegui engolir as expressões faciais dele, para mim quase todas forçadas e teatrais. Talvez seja culpa dos longos cabelos ruivos que não combinaram com o rosto. O menino de aparência andrógina que interpretou Wallace criança faz mais pelo personagem. Outros atores coadjuvantes também se destacam mais.

Porém Gibson também acertou em alguns pontos, como diretor. As cenas de batalha (que até hoje são referência) são de tirar o fôlego. Cheias de realismo, elas retratam a violência e sem cortes. Toda a brutalidade fica lá às vistas. E é justamente nessas cenas que o trabalho de montagem mais fascina, dando ainda mais vida e tensão à elas. A cenografia, a maquiagem e os figurinos são irrepreensíveis. E a fotografia é bonita, muitas vezes criando lindos planos das montanhas do norte da Grã-Bretanha.

Braveheart não chega a ser ruim, só está muito aquém de outros ganhadores do Oscar e é meloso demais. Mas pelas suas cenas de ação, vale a pena.

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