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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Retorno a Howard's End (Howards End) - 1992; água, óleo e gasolina

Retorno a Howard's End (Howards End), lançado em 1992.
Um filme de James Ivory.
Não posso esconder que tenho uma certa preguiça de filmes como Howards End, cujo tema é os anseios românticos e aristocratas de mulheres ingênuas (nesse contexto social, leia-se sem graça) do passado "coxinha" da Inglaterra. Não que sejam ruins, inclusive aqui no blog já recomendei filmes assim, como o ótimo Razão e Sensibilidade. Mas é o tipo de premissa que não me atrai muito, não me emociona tanto. Howards End está longe de ser ruim (na verdade quem é o contrário de mim e curte esse tipo de trama deverá adorá-lo), só não me cativou.

No início do século XX, na Inglaterra, três famílias de classes sociais distintas se misturam. Os Wilcox são uma família rica e conservadora, as duas irmãs Schlegel, que sobrevivem de uma herança, são voltadas às artes e filosofias, e há o pobre casal Bast, amigo das duas. Essas relações de amizade ou amor entre as três família geram conflitos ao longo de anos.

Os Wilcox são um bando de ricos arrogantes, conservadores e cínicos, que vivem de aparências e ganâncias. Isso entra em contraste com a natureza das Schlegel, românticas, sonhadoras, apaixonadas pela literatura e filosofia. Uma delas, a mais velha, interpretada por Emma Thompson (alguém me explica porque ela ganhou um Oscar por essa personagem insossa que só precisa parecer educada?), logo não resiste. O dinheiro e status a fascina e o medo de ficar para a titia acaba mudando um pouco seu ponto de vista em relação ao mundo. Mas a incorrigível caçula (Helena Bonham Carter, numa personagem muito mais interessante), de pensamentos quase socialistas, não esconde a decepção com a irmã ao mesmo tempo que tenta ajudar os Bast, sobretudo o marido, que por manter honra e dignidade perde opções para crescer na vida. Como as três substâncias do título, essas três classes sociais não se misturam muito bem.

Ivory, sem pender para baixaria ou maniqueísmos, consegue levar a trama para frente sem torná-la muito chata (mas o filme é longo). O estudo que faz de seus personagens não é superficial como o meu estudo acima, e há algumas reviravoltas que ajudam a prender a atenção. Torno a repetir, não é um filme ruim, é uma boa pedida para os que gostam do gênero.
Só que eu não tenho muita paciência para tanta delicadeza cínica (se a pessoa está vermelha de vontade de mandar o mundo para a puta que pariu, aos berros, que mande) muito menos para amores incontroláveis nascidos de uma simples troca de sorrisos. Parece-me coisa de leitora solteirona da CLAUDIA.

#ficaadica

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