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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Desventuras em série (Lemony Snicket's A Series of Unfortunate Events) - 2004; tolo, feio e chato

Desventuras em série (Lemony Snicket's A Series of Unfortunate Events), lançado em 2004.
Um filme de Brad Silberling.
Havia já alguns meses que um filme não me decepcionava tanto. Embora eu praticamente não tenha criado expectativas sobre ele, eu pensava que o filme era diferente. Não pensei que era bom, mas não tinha a menor suspeita de que veria um filme tolo.

Depois da casa dos pais ser incendiada com eles lá dentro, os irmãos Baudelaire (um pirralho nerd; uma menina chata metida à responsável e que inventa umas coisas ridículas; e uma bebê que, como diz o vilão, mais parece um macaquinho) são enviados a morarem com um parente distante, que recebe a guarda. O cara, além de péssimo ator e desagradável, é muito ganancioso, interessado apenas na gorda herança das crianças. Eventualmente ele perde a guarda, mas continua as perseguindo, com planos mirabolantes.

É meio difícil acreditar que tiveram que unir três livros de uma série infantojuvenil para criarem um filme tão ruim e com tão pouco enredo. E a pouca trama que existe é clichê, maniqueísta, previsível, tola demais mesmo para uma história infantil, construída em cima de personagens estereotipados. Um único livrinho qualquer da coleção Vaga-lume daria um filme melhor. Ok que é voltado para o público infantil, mas uma criança de mais idade ou com um senso crítico mais aguçado dificilmente o acharia grande coisa. Ao menos eu com 10 anos já o acharia imaturo demais para mim, e eu não era nenhuma criança anormal.

Nunca vi Jim Carrey tão chato; provavelmente este é o personagem mais vergonhoso de sua carreira (ainda que o mais singular). Ele faz o vilão, mas a raiva que senti dele nem era porque queria fazer mal às crianças, mas porque era estúpido e chato demais para conseguir. Sério, de um lado um vilão tolo que pega os caminhos mais mirabolantes para fazer algo simples, do outro um trio de "heróis" que você começa a torcer para que se deem mal (leia-se morram) e aquela bobagem acabe de uma vez. Se Jim Carrey está ruim, o trio de atores mirins está péssimo; eita crianças insossas e antipáticas. E que crianças burras - ainda que tentem nos fazer pensar o contrário - que pegam os caminhos mais mirabolantes para resolverem os problemas simples que lhes aparecem. A bebê é a coisa mais interessante da película inteira, e talvez a mais inteligente. Mesmo assim não é coisa que salve a película.
Para completar tem Meryl Streep, que mesmo sendo a melhor atuação da obra, também está ruim e tem uma personagem tola, estereotipada e que você também deseja que morra de uma vez. Devia ser desgosto e arrependimento da atriz por se meter naquela jogada de marketing. Dustin Hoffman aparece no que um amigo meu chamaria de figuração de luxo.

O universo mais ou menos fantasioso em que a trama se ambienta é muito pouco atraente, e ainda menos crível. Procurou-se criar um ar fúnebre, de mistério, imitar as atmosferas góticas de Tim Burton, meio macabras, mas o resultado não me cativou. Sem falar que a fotografia quase grita: "fui feita em computador, viu?". No final Jim Carrey dá uma lição de moral desnecessária, dizendo que as crianças nunca são ouvidas. O momento mais cínico de todos. Desnecessárias também são as cenas iniciais dos duendes, devaneios de um escritor e narrador disfuncional e descartável com falas metalinguísticas que nos mandam parar de ver o filme e ir ver outro na sala ao lado. Obedeça.
A melhor cena é mesmo os créditos finais, pois tem uma animaçãozinha bidimensional legalzinha (ao estilo Tim Burton) e assinala o fim de um péssimo filme.

#passelonge

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