Um filme de Ana Carolina.
Apesar de não ter feito tanto sucesso, me pergunto se este filme não se meteu em muitas polêmicas na época de seu lançamento, nem escandalizou a maioria das pessoas que o viu. Lançado no início dos anos 80, ainda durante a ditadura (embora no governo Figueiredo a censura já era mais leve), ele chegou a causar alguma dor de cabeça para a cineasta, pois queriam cortar partes da obra. Lutando ela conseguiu o direito de exibi-lo completo.
Prestes a fechar um colégio católico para meninas, um interventor cai no sono. Ele sonha então com o colégio, imaginando as alunas e os professores numa rotina cheia de sacrilégios, bagunça e desejos sexuais reprimidos.
Difícil definir esta obra.
Não é um filme muito comum, e tenho certeza de que pelo menos falando em cinema brasileiro foi muito inovador e provocante. Bastante surreal (até porque ocorre dentro de um sonho), ele brinca com clichés e frases prontas (que já se iniciam no título), dá vida à uma imagem de Jesus Cristo, debate sobre a escola e a igreja como mecanismos sociais, aborda a sexualidade juvenil, mais explicitamente a feminina, na eterna contradição entre o desejo, o instinto, e a repressão familiar, social e religiosa. Por outro lado achei o texto um pouco difícil de entender (e pouco natural, para não perder uma piadinha boa ou frase de efeito o o roteiro se contorce e se "descadeira" com a artimanha), boa parte dos personagens são muito estereotipados, a grande maioria das piadas incrivelmente forçadas - e quase todas ruins - e as atuações uma porcaria; a começar por Antônio Fagundes. Ele é o inspetor encarregado de anunciar o fechamento do colégio, mas no sonho ele se vê na pele do professor Guido, fascinado pelas meninas que brigam por ele, se masturbam pensando nele e provocam-no.
Essa descoberta da sexualidade (que inclui uns amassos entre si no banheiro) entra em confronto com a supervisora Muniza (Myriam Muniz) que conversa aos berros, usando algumas palavras em italiano, e tenta colocar alguma ordem no colégio. Os poucos homens se aproveitam do ambiente recheado de garotas, nem o padre afeminado escapa. As faxineiras ajudam com a bagunça e também se jogam nos homens. As diretoras se amam e se odeiam, se invejam, se completam, se jogam em Guido.
Ana Carolina constrói cenas impagáveis (a inesquecível missa, por exemplo. Cena provocante) e se atenta a detalhes que quase passam despercebidos (Amindra (Cristiana Pereira) sempre esfrega as mãos para cima e para baixo no cabo da vassoura).
Apesar dos defeitos vale a pena conferir a coragem dessa diretora, até hoje uma das poucas cineastas que se destacaram no cinema nacional).
Não é um filme muito comum, e tenho certeza de que pelo menos falando em cinema brasileiro foi muito inovador e provocante. Bastante surreal (até porque ocorre dentro de um sonho), ele brinca com clichés e frases prontas (que já se iniciam no título), dá vida à uma imagem de Jesus Cristo, debate sobre a escola e a igreja como mecanismos sociais, aborda a sexualidade juvenil, mais explicitamente a feminina, na eterna contradição entre o desejo, o instinto, e a repressão familiar, social e religiosa. Por outro lado achei o texto um pouco difícil de entender (e pouco natural, para não perder uma piadinha boa ou frase de efeito o o roteiro se contorce e se "descadeira" com a artimanha), boa parte dos personagens são muito estereotipados, a grande maioria das piadas incrivelmente forçadas - e quase todas ruins - e as atuações uma porcaria; a começar por Antônio Fagundes. Ele é o inspetor encarregado de anunciar o fechamento do colégio, mas no sonho ele se vê na pele do professor Guido, fascinado pelas meninas que brigam por ele, se masturbam pensando nele e provocam-no.
Essa descoberta da sexualidade (que inclui uns amassos entre si no banheiro) entra em confronto com a supervisora Muniza (Myriam Muniz) que conversa aos berros, usando algumas palavras em italiano, e tenta colocar alguma ordem no colégio. Os poucos homens se aproveitam do ambiente recheado de garotas, nem o padre afeminado escapa. As faxineiras ajudam com a bagunça e também se jogam nos homens. As diretoras se amam e se odeiam, se invejam, se completam, se jogam em Guido.
Ana Carolina constrói cenas impagáveis (a inesquecível missa, por exemplo. Cena provocante) e se atenta a detalhes que quase passam despercebidos (Amindra (Cristiana Pereira) sempre esfrega as mãos para cima e para baixo no cabo da vassoura).
Apesar dos defeitos vale a pena conferir a coragem dessa diretora, até hoje uma das poucas cineastas que se destacaram no cinema nacional).
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