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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Capitão Phillips (Captain Phillips) - 2013; Hanks em sua melhor forma num thriller biográfico

Capitão Phillips (Captain Phillips), lançado em 2013.
Um filme de Paul Greengrass.
Provavelmente em seu melhor desempenho em pelo menos 10 anos, dessa vez Tom Hanks encarna Richard Phillips, um capitão americano que em 2009 teve seu navio mercante sequestrado por piratas no Golfo de Áden (costa da Somália, no chifre da África).

Richard Phillips (Hanks) deixa Omã a bordo do cargueiro Maersk Alabama, na região do Golfo de Áden, onde é o capitão. Quando seu navio é perseguido por piratas somalianos, ele tenta a todo o custo evitar a invasão, fugindo e reagindo com os dispositivos de segurança que o navio possui. Apesar de seu esforço, os piratas conseguem embarcar. É quando começa seu pesadelo e sua luta para proteger a tripulação.

O evento foi verídico e foi noticiado em todo o mundo. A partir do livro que o próprio capitão escreveu e Billy Ray adaptou, Greengrass constrói um filme muito interessante. E tenso. Basicamente é um thriller. A tensão criada é incrível, capaz de deixar o espectador elétrico (tive a vantagem de, apesar de uma leve recordação da manchete anos atrás, não saber qual tinha sido o desfecho dos fatos, o que acabou deixando a experiência muito mais rica e divertida. Pena que nem todos terão essa sorte). Greengrass usa câmeras de mão trêmula porém ágeis, os cortes são rápidos, closes são inesperados, a trama flui depressa. A iluminação varia do sol no meio do oceano, numa zona tropical, à quase completa escuridão das entranhas do navio; e trilha sonora é bem usada. Elementos pensados para buscar a tal tensão. Mas se engana quem pensa que isso deixa a obra artificial. Um dos grandes êxitos da produção é justamente seu realismo e naturalidade.

Nesse ponto entra o elenco, em especial Tom Hanks e a revelação Barkhad Abdi. Pouco conhecemos sobre o capitão, apenas que tem família e se preocupa com ela. Quando embarcamos em seu navio, descobrimos também que é um homem sério que gosta de fazer seu trabalho conforme os protocolos. Mas quando a rotina é quebrada ele precisa se virar como puder. Precisa proteger a si e a seus subordinados, precisando, para isso, conhecer o inimigo, enganá-lo. Hanks faz isso de forma muito crível, e logo capta nossa empatia. É ótimo vê-lo aqui.
Já Abdi, o líder dos piratas somalis, tem sua estreia no cinema. Nascido na Somália mas naturalizado americano, ele também precisa estudar o adversário. E também vê as coisas saírem de seu controle. Sendo humano, tem suas ambiguidades, seu lado mais "bonzinho", mas mesmo assim ele assusta com seus atos violentos e frieza. Seu corpo magríssimo, em contraste com a corpulência de Hanks, sempre chama a atenção.

Captain Phillips cumpre o que promete, narra um fato histórico com estilo e ação, sem divagar na origem sociológica da violência ou pender para outro rumo que não a trama. Merece muito ser assistido, não só para conferir o trabalho soberbo de Hanks e Abdi, mas também pela adrenalina. Porém duvido que a Academia premie esta obra. Se premiar, vai ser uma ação animadoramente imprevisível.

#ficaadica

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