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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Os Miseráveis (Les Miserables) - 2012; a dor e a miséria humanas

Os Miseráveis (Les Miserables), lançado em 2012.
Um filme de Tom Hooper.
Escrito por Victor Hugo e publicado em 1862, Les Miserables é um dos maiores clássicos da literatura francesa. O romance já foi adaptado em diversos filmes, minisséries e peças ao longo do século XX. Nos anos 80 o romance rendeu um musical, um dos mais assistidos do mundo. O filme de Tom Hooper (vencedor do Oscar pelo antiquado O discurso do rei) é uma adaptação para o cinema desse musical.

Entre o fim do império napoleônico em 1815 e os motins de 1832, Jean Valjean (Hugh Jackman), depois de ficar 19 anos preso por roubar pão para o sobrinho, é posto em liberdade sob uma condicional. Quando ele a quebra, o militar Javert (Russel Crowe) vai perseguí-lo por toda a vida. Jean Valjean adota uma menina, cuja mãe Fantine (Anne Hathaway) morreu tentando lhe dar uma vida mais digna. Ele a filha ficam anos fugindo de Javert. Em meio a isso a França passa por período pós-revolucionário cheio de problemas sociais, brigas políticas internas e conflitos externo. Um grupo de jovens, liderados por Marius (Eddie Redmayne), montam uma nova insurreição.

O musical de Hooper é cheio de charme. Os atores cantam ao vivo, rendendo desagradáveis desafinos, mas isso deixa as atuações mais realistas e faz parecer que o filme flui melhor. Mesmo que tenhamos diante de nós um teatro filmado, Hooper e seu elenco não nos deixam saber disso. Mesmo cantando os atores mantém a dramaticidade, e isso sem exageros como os de atores de teatro. Simplesmente cantam suas dores e provações. E para fazer mais que simplesmente filmar teatro, o diretor cria uma gama de cenários amplos e realistas, usa os efeitos especiais necessários para dar mais realismo, faz cortes rápidos, filma de perfil, cria planos, brinca um pouco com as câmeras e com a luz. E em nenhum momento ele deixa de retratar a miséria e os problemas sociais da França. Nem os atores deixam de mostrar o sofrimento de seus personagens.

Parte das canções do musical sofreram pequenas modificações e algumas novas foram compostas para o filme. Quem já gostava de I dreamed a dream vai se emocionar com o que Anne Hathaway faz com ela. Não é exagero dizer que a atriz ganhou o Oscar de atriz coadjuvante apenas por causa dessa cena.

Mas o musical é cansativo e demorado. Praticamente não há falas normais, até mesmo um simples sim ou não são cantados, sem motivo para tal. Isso irrita por vezes. E o filme não faz milagres, se você não curte musicais nem precisa tentar assistir a este. Além disso o ritmo é irregular, veloz demais no início e lento no restante.

Hugh Jackman é o principal nome do elenco, quase sozinho ele faz com que o filme dê certo. Já Russell Crowe quase faz dar errado. Um dos mais desafinados do elenco, é duvidoso se ele merecia o papel. Amanda Seyfried, que faz Cosette, não se destaca, é pouco mais que uma figurante, até porque sua personagem não recebeu toda a atenção que merecia e aparece em poucas cenas insossas. Já Samantha Barks, que faz Eponine, domina parte do filme e sem dúvidas é uma das melhores vozes dele. O pequeno Daniel Huttlestone, que faz Gavroche, também é uma das mais sábias escolhas.

Com erros e acertos, Les Miserables foi um filme que deu certo, capaz de fazer jus ao romance e ao musical que o inspiraram.
#ficaadica

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