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sábado, 7 de dezembro de 2013

Hiroshima, Meu Amor (Hiroshima mon amour) - 1959; inovando no cinema

Hiroshima, Meu Amor (Hiroshima mon amour), lançado em 1959.
Um filme de Alain Resnais.
Muito antes de Emmanuelle Riva chocar o mundo com seu épico trabalho em Amor, esta francesa já havia se tornado conhecida no mundo inteiro com sua estréia em Hiroshima mon amour, o primeiro longa de Alain Resnais, e um dos precursores da Nouvelle Vague. Hoje é considerado um dos divisores de águas do cinema do século XX.

Uma atriz francesa viaja para Hiroshima para filmar um filme sobre paz. Lá ela conhece um japonês pelo qual se apaixona. Casados ambos, têm apenas alguns últimos momentos antes dela voltar para Paris. Nesse tempo eles conversam sobre seus passados.

É praticamente uma unanimidade entre críticos e cinéfilos que as cenas iniciais desse filme são de tirar o fôlego: uma sucessão nefasta de fotografias (em tom de documentário) dos horrores que a bomba causou em Hiroshima, acompanhadas de um diálogo não se sabe de quem e de uma música discreta. Pode parecer pouco, mas em 59 começar um filme assim era ousado e saía do "simplesmente contar um conto" para se tornar a sétima das artes. O impacto dessa obra na história do cinema é quase tão importante como o de Cidadão Kane, por exemplo.

Com uma trama bem fragmentada (outra ousadia) e cheia de diálogos sem nexo, esse filme revoluciona os flash backs (até então ainda não tão populares) ao usa-los para ilustrar uma memória confusa e perturbada. Eles não servem, como na maioria dos outros filmes, para nos deixar a par de algo ou complementar o sentido do enredo, mas para moldar o estado psicológico da personagem. Ela nos conta sua juventude nos tempos da guerra e as consequências de ter amado um inimigo do país. Resnais aproveita para explorar as paisagens.

Entre a famosa abertura e essa volta ao tempo está a parte menos interessante do filme: um breve romance grudento porém trágico, representado por uma Emmanuelle teatral e um tanto cínica -embora isso pareça ter sido proposital -  olhando para o vazio. Ela relembra e ele quer esquecer. Esse jogo de lembranças é a base da história e levanta a reflexão sobre isso de lembrar e esquecer. Em comum todos os dois são afetados pelo passado e impossibilitados de poderem continuar juntos.

Hiroshima, meu amor tem seus defeitos, mas é inegável a importância dessa obra a beleza e genialidade de seus acertos.

#ficaadica

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