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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Encontros e Desencontros (Lost in translation) - 2003; o indivíduo e sua identidade num mundo globalizado

Encontros e Desencontros (Lost in translation), lançado em 2003.
Um filme de Sofia Coppola.
Ser filho de um grande artista não significa absolutamente nada. Talento não é e nem nunca foi hereditário. Mas é inegável que são vários os exemplos de proles que, seguindo os passos dos pais, acabaram se dando bem na profissão: Cissy e Whitney Houston, Julio e Enrique Iglesias, Glória e Cléo Pires, Gonzagão e Gonzaguinha, Francis Ford e Sofia Coppola.
Depois de se dar muito mal como atriz, a filha de Coppola decidiu dirigir filmes. Nisso ela acabou se saindo bem. Seu penúltimo trabalho, Um lugar qualquer, até recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Mas é Encontros e Desencontros, o segundo de seu portfólio, que é considerado sua melhor obra.

Bob Harris (Bill Murray) é um ator maduro, numa certa crise em seu casamento, que viajou a trabalho sozinho para Tóquio. No hotel ele conhece Charlotte (Scarlett Johansson), esposa de um fotógrafo que também está em Tóquio a trabalho. Seu marido viaja para outras cidades do país para fotografar e a deixa no hotel. Juntos os dois irão passear pela cidade e compartilhar suas frustrações e inseguranças.

Sofia Coppola, que também assina o roteiro (levando um Oscar por isso), faz um filme simples, elegante e polido, com um roteiro bastante enxuto, poucos recursos e pouco dinheiro - pro padrão americano, 4 milhões é uma merreca. Ela insere seus dois personagens, muito bem trabalhados pelos atores, em especial Murray, numa das mais agitadas metrópoles do planeta. Somos então conduzidos pelos dois, numa relação de harmonia, cumplicidade e identificação (e não, os dois não fazem sexo na primeira oportunidade que aparece). Eles passam pelos mesmo problemas: crise no casamento, frustração profissional, insônia causada pela diferença de fusos e um sentimento de serem incompreendidos. Aliás, o título Lost in translation (Perdido na tradução) sintetiza isso. Por várias vezes vemos os dois num choque de cultura, e ainda por cima com dificuldades para se comunicarem.
 
Encontros e Desencontros nos leva a uma reflexão sobre a identidade do indivíduo. É um filme humano, sobre pessoas; a trama não é nada de mais, mas os dois personagens cativam o espectador com suas ambiguidades, com a intensidade e verossimilhança de suas emoções, e fazem tudo funcionar.

Vamos torcer para que Coppola continue trilhando uma carreira de sucesso e acertos, e que um dia, assim como o pai, se torne uma lenda vida do cinema.

#ficaadica

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