Um filme de Hayao Miyazaki.
Desde que a categoria de "melhor filme de animação" do Oscar foi criada pela Academia em 2002, a maioria dos premiados foram animações feitas em computador, em especial produções Pixar. Fogem dessa regra A batalha dos vegetais (um stop-motion que, para todos os efeitos, também tem muita computadorização) e este filme japonês aqui. Este é o único dos ganhadores que usa animação tradicional e também o único em duas dimensões, o único anime e o único de língua não inglesa. E posso garantir sem sombras de dúvidas de que é um dos melhores. Também foi uma das pouquíssimas animações a receber um Urso de Ouro no Festival de Berlim. Recordes de bilheteria e sucesso absoluto entre público e crítica é mais uma dos feitos deste filme.
Chihiro é uma menina um tanto mimada, medrosa e antipática que está de mudança com os pais para outra cidade no Japão contemporâneo. Na viagem de mudança ela e os pais acabam numa cidade misteriosa e aparentemente abandonada. Os pais começam a comer um banquete. Quando um rapaz ordena que ela deixe a cidade, ela procura os pais e vê que eles se transformaram em porcos. Ela então fica presa na cidade - que é um retiro para deuses cheio de criaturas estranhas, e dirigido por uma bruxa - e precisa tentar salvar os pais.
Se a viagem é de Chihiro e vemos o mundo pelos seus olhos, o espectador não fica para trás, e também faz uma das mais gratificantes viagens que o cinema já ofereceu, tanto para crianças como para adultos. Nesta obra de Miyazaki - homem muito reconhecido na indústria da animação, tanto no Japão quanto nos EUA, mesmo antes desta sua obra-prima - somos levados para um mundo complexo, fantástico, colorido e agitado, cheio de cenários deslumbrantes, deuses, demônios e outras criaturas mais. Apesar da sinopse acima poder levar a crer que este é um filme medíocre e tolo, a trama é muito mais complexa e interessante, carregada de acontecimentos. Inclusive muita coisa necessita de muita atenção e raciocínio para serem compreendidas. Alguns mistérios continuam imprevisíveis até o final e alguns simbolismos são baseados na cultura nipônica. Não digo mais para não estragar a surpresa.
Além da deliciosa viagem, esta película ainda revela algumas críticas e reflexões sobre o Japão moderno, cada vez mais ocidentalizado, sobre a interação pais-filhos e principalmente se revela um conto de amadurecimento. Antipática no começo, nossa heroína vai criando valores, enfrentando medos, conquistando o público. Uma verdadeira expiação.
Os únicos defeitos do filme são alguns deslizes da trilha sonora, que no geral é boa, e algumas dublagens fracas (felizmente não dos protagonistas) .
Todos os personagens, mesmo os antagonistas, tem seus defeitos e qualidades, e não se enfrentam com excessos de violência; o que humaniza ainda mais esta obra e suas criaturas belas, feias, elegantes, desengonçadas, vibrantes.
#ficaadica
Além da deliciosa viagem, esta película ainda revela algumas críticas e reflexões sobre o Japão moderno, cada vez mais ocidentalizado, sobre a interação pais-filhos e principalmente se revela um conto de amadurecimento. Antipática no começo, nossa heroína vai criando valores, enfrentando medos, conquistando o público. Uma verdadeira expiação.
Os únicos defeitos do filme são alguns deslizes da trilha sonora, que no geral é boa, e algumas dublagens fracas (felizmente não dos protagonistas) .
Todos os personagens, mesmo os antagonistas, tem seus defeitos e qualidades, e não se enfrentam com excessos de violência; o que humaniza ainda mais esta obra e suas criaturas belas, feias, elegantes, desengonçadas, vibrantes.
#ficaadica
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