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domingo, 11 de agosto de 2013

Carne Trêmula (Carne Trémula) - 1997; suspense, paixão e ódio

Carne Trêmula (Carne Trémula), lançado em 1997.
Um filme de Pedro Almodóvar.
O pouco que conheci de Almodóvar até agora já me permitiu identificar bem suas marcas pessoais, seu estilo delicioso e hábil de fazer cinema. Sempre com enredos um tanto quanto inverossímeis, mas contados com uma narrativa rápida, poderosa e divertida; com uma fotografia colorida e acastanhada; uma sensualidade que só poderia ser latina -  e com enorme humanidade, que é o principal para deixar essa mistura tão bela, este diretor espanhol nos ensina a fazer cinema com tramas absurdas, sem jamais parecer cínico ou excessivo.

Penélope Cruz é uma jovem prostituta que acaba de dar a luz à Victor. Vinte anos mais tarde ele (Liberto Rabal) transa num banheiro com Helena (Francesca Neri), perdendo, então, sua virgindade. Mas no final de semana seguinte, quando torna a procurá-la, ela o rejeita. Armará-se então uma trama os envolvendo com dois policiais e a esposa de um deles.

Já no começo o filme surpreende. Com a cena de um parto mais peculiar que já assisti até hoje (embora a cena contribua pouco na trama), Almodóvar, que também co-assina o roteiro, já revela o ritmo que embalará a película ao longo de seus cem minutos, cheia de amor, tragédia e sexo.
E ele não tropeça, o ritmo permanece e as surpresas que prendem o público também. O enredo dá reviravoltas imprevisíveis, mas inteligentes e condizentes com os personagens, muito bem desenvolvidos pelo argumento e explorados pelos atores, em especial Javier Bardem, Ángela Molina e Francesca Neri. Em seus olhos vemos amor, desejo, ódio, pena, remorso e obsessão. A fotografia é bela, com planos incríveis desde um ônibus visto ao longe até o tremor dos corpos em êxtase.

Nisso o filme toma uma forma de thriller, embalado por uma trilha sonora genuinamente espanhola, mas sem jamais perder sua sensualidade, seu amor e seu bom humor. Sem jamais deixar de lado o que Almodóvar tem de bom para oferecer - dizem que este foi o primeiro dos bons filmes do diretor, que antes disso, repito, dizem, só fazia filmes estúpidos.

#ficaadica

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