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segunda-feira, 13 de maio de 2013

O filho (Le fils) - 2002; o perdão e a mágoa

O filho (Le fils), lançado em 2002.
Um filme dos Irmãos Dardenne (Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne).
Pesquisando sobre este título descobri que eu e boa parte das outras pessoas, sobre tudo as que como eu ainda não haviam visto um filme dos Irmãos Dardenne, ao acabarmos de assistir a este filme, ficamos a pensar, confusos, se gostamos dele ou não. É uma obra de arte belíssima, sem dúvida, que se vale de um meio pouco tradicional para ser feito; genial e profunda. Mas ao mesmo tempo é um filme difícil e chato, arrastado. Eu te aconselharia a conhecê-lo, porém não sei se irá gostar. Realmente acho que você deveria vê-lo, mas vá sem muita sede ao pote, e faça uma preparação: esqueça tudo o que você já conhece sobre cinema.

Um carpinteiro trabalha num centro social da Bélgica, onde ele ensina a profissão a jovens infratores em busca de reinserção social. No entanto um novo jovem aprendiz deixa-o inquieto, ele matou seu filho cinco anos antes. Mas o garoto chamado Francis não sabe de sua ligação com Olivier.
Le Fils é um cinema realista, minimalista e muito paciente. A história banal, que poderia, perfeitamente, envolver eu ou você, é contada de um modo lento e cru. Não há absolutamentene nhuma trilha sonora. Os ambientes são iluminados por luz fria e às vezes barulhentos, e a fotografia é feita por uma câmera de mão, sempre próxima a Oliver, acompanhando suas ações como se o seguisse. E os diálogos são mínimos, quase todo o filme tem apenas o som ambiente de carros, martelos, serras. E isso é o que torna o filme tão desagradável e ao mesmo tempo tão sublime. A quase ausência de sons e o close na nuca do protagonista incomodam. Mas tudo isso revela a dor dele. Ele está confuso entre a dualidade de emoções que sente: tristeza e raiva daquele que tirou a vida de seu amado filho (o que provavelmente causou o divórcio), e uma compaixão, uma pena do menino cujo passado é escuro e triste, uma espécie de redenção que o título ironicamente expõe. Ele espreita pelos cantos, espiona, mas é um bom homem.

Personagens ricos e bem desenvolvidos, que estando carentes, por culpa de rasteiras da vida, começam a criar laços afetivos distantes mas poderosos.

Os diretores não tentam nos enganar. Tudo é verossímil e humano. Despretensioso. Uma história contada friamente, sem serem desumana, que nos fará refletir.
Não raras vezes esperamos uma ação, um acidente, uma violência, mas não acontece nada. E é impressionante o que isso causa. Entedia, talvez, mas mesmo assim ele nos dá vontade de continuar a assistir, uma curiosidade em saber qual será o final. E ele será também muito banal, mas surpreendente e gratificante. Apenas horas depois de vê-lo eu percebi que havia tomado um tapa na cara.

#ficaadica

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