Um filme de Victor Salva.
Este filme me lembrou bastante os três livros do Paulo Coelho que eu perdi tempo lendo: enquanto eles eram pseudo-esotéricos, esta porcaria de Victor Salva é o que mais há de pseudo-filosófico-espiritual.
Um espirituoso professor foi o responsável por me fazer perder tempo com este filme, em suas aulas de filosofia, e desde então nunca mais aceitei ver algo que ele recomendou.
Dan Millman é um ginasta em idade universitária, ele é um típico jovem que procura os prazeres terrenos com algum egoísmo e auto-centrismo, como todo ser humano normal. Numa bela madrugada de insônia ele conhece Sócrates (viu que a coisa é mesmo feia? Que seria isso senão uma tentativa forçada de inserir filosofia onde não a há?), um homem misterioso e de poucas palavras que trabalha num posto de combustível e sobe em telhados de modo como ninguém faz fora de uma tela de cinema. Essa amizade conturbada deixa Dan confuso a refletir sobre a própria vida, até que se envolve num acidente de moto que arrebenta sua perna; e da barra de ginástica ele vai direto para a fisioterapia.
Peaceful Warrior já pelo título - tanto o brasileiro quanto o original que significa "Guerreiro da paz" - não é algo promissor, portanto não posso nem dizer que me decepcionei. O elenco está cru e desinteressante, nem Sócrates consegue conquistar a simpatia do público, talvez por ser tão rabugento e calado, e olhem que o trabalho de Nick Nolte é o melhor.
Mas o que afunda o filme completamente na lama é o enredo insuportável e pretensioso, que passa mensagem nenhuma mas insiste que passa. Quantos de vocês que já viram este filme subiu numa mesa meio agachado? Hein?
O diretor, que não consigo deixar de achar hipócrita, ao fazer um filme "santinho" desses depois de passar três anos na cadeia por pedofilia, não abre mão do overtext para tentar forçar a suposta filosofia do filme num amontoado de bobagens que compõe a narrativa, nem de efeitos especiais em slow motion para deixar o filme ainda mais absurdo. E o roteiro de Kevin Bernhardt, baseado na suposta vida do autor do livro auto-biográfico "Peaceful Warrior", Dan Millman, com seus diálogos enfadonhos entre outras falhas me fez ter a certeza de que não quero jamais ler o livro.
E o final então... feliz e misericordioso.
Eu digo que você não deveria ver este filme, e se já viu mantenha o segredo e nem perca tempo comentando com os amigos, a menos que você o veja prestes a jogar dinheiro fora locando-o.
Nossa, acho que você seria desses que precisa jogar fora o lixo que o atrapalha a ver coisas belas em todos os lugares... Recomendo que faça terapia :) Andréa Franco.
ResponderExcluirAcredite, consigo ver muitas e muitas coisas boas ao meu redor, só não acho que este filme seja uma delas. E acredito que a terapia pode esperar, não sinto que esteja de fato precisando dela. Abraço.
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