Um filme de Peter Weir.
Não consegui engolir este filme. Quem acompanha o blog (será mesmo que existe algum leitor assíduo?) sabe que costumo ser benévolo, e a grande maioria dos filmes que vejo eu gosto, não sou dos melhores para apontar defeitos. Mas Sociedade dos poetas mortos, na melhor das hipóteses, é morno-frio. Com um enredo infantilizado, atuações -e comportamentos - artificiais, metáforas clichés, e muito de melodrama pretensioso e banal - que nem sequer é mesmo capaz de emocionar, a fita é uma sucessão de erros do diretor e do roteirista.
Ainda tiveram a coragem de colocar Robin Willians na capa como sendo o protagonista sendo que a maior parte do tempo ele não aparece na tela, a verdadeira trama pertence a um grupo de adolescentes facilmente (e falsamente) impressionáveis. Tenho a certeza de que se não tivesse morrido, o garoto não teria se tornado médico nem ator, faltava-lhe bom senso.
Estamos numa escola das mais conservadoras que há (que para todos os efeitos eu jamais mandaria um filho meu) no ano de 1959. O colégio é tão nojento que prega "quatro pilares: tradição, honra, disciplina e excelência". Pessoalmente sempre desprezei o tradicionalismo e o excesso de disciplina, mas tudo bem. A questão é que apareceu um novo professor, John Keating (Robin Williams) que se recusa à usar os modos conservadores e autoritários de ensino que a escola prega e passa a lecionar de um modo "inovador" e descontraído, despertando o interesse de sua classe (ah! Me esqueci de mencionar que o colégio é totalmente masculino) por poesia. Mas além disso ele tenta fazer com que os meninos adquiram senso crítico e não se deixem ser controlados. Em suma sai dizendo "Carpe Diem" aos quatro ventos. Alguns de seus alunos se tornam tão puxa-sacos que reabrem a "Sociedade dos poetas mortos", uma série de reuniões desinteressantes dentro de uma caverna a fumarem (acreditem, o tabaco é o que há de mais interessante nessas reuniões) e lerem ou escreverem poesia. Não é spoiler, mas é totalmente previsível que mais cedo ou mais tarde o professor será expulso e os alunos se darão mal.
O personagem de Robin Williams é tão inconstante que não dá certo, ora ele parece sensato e culto a recitar poemas, ora ele é um completo idiota com piadas de mal gosto. Não é um ser humano, é um fruto de um roteiro de mal gosto.
Os meninos nem se fale... Gentinha desinteressante! Os rapazes de impressionam muito facilmente, e suas reuniões tem tudo de chato, e tirando algumas piadinhas sobre masturbação, não há nada ali que um grupo de adolescentes faria de verdade. A própria cena em que fogem da escola em direção a tal caverna é desprezível, não combina com o restante do filme, parece ter sido tirada de outro filme de outro gênero, quem ver compreenderá o que digo. Ainda há um romance superficial, difícil de compreendermos o porquê de ali estar, não passa de uma distração. Há ainda uma cena pouco espontânea de um suicídio e depois um aluno delator que por algum motivo que incompreendo o diretor o faz tornar-se um vilão com um discurso tolo e depois ainda leva um soco do "mocinho". A verdade é os únicos personagens mais ou menos interessantes ali são os dois antagonistas: o pai autoritário e o diretor antipático. Verdade essa que revela a lama em que a película se afunda.
A única utilidade que há é sua mensagem anti conservadora e de libertação pessoal. Mas isso não salva, principalmente tendo uma cena que, em todos os sentidos, fecha o filme: os alunos subindo na mesa como protesto contra a demissão de John é o golpe final contra o bom gosto e a naturalidade.
E pensar que esse filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Original, tsc.
ResponderExcluirPois é, a Academia as vezes faz grandes merdas. Foi um prêmio pouco merecido.
ExcluirAgradeço a visita e o comentário, fique a vontade para divulgar sua opinião sempre.