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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O caçador de pipas (The Kite Runner) - 2007; melodrama falho

O caçador de pipas (The Kite Runner), lançado em 2007.
Um filme de Marc Forster.
Assistir a este filme é, no mínimo, frustrante; principalmente se você já leu o best-seller. A magia das emoções humanas que o romance é capaz de oferecer, não migrou para essa produção de Sessão da Tarde. Com um roteiro enxuto em demasia (foi a primeira vez na minha vida que vi uma adaptação retirar do enredo uma tentativa de homicídio que no romance é um dos maiores clímax e que ocupa algumas páginas).

Estamos em São Francisco nos anos 2000 e Amir, um autor, acaba de receber pelo correio seu novo livro. Então ele recebe uma ligação do Paquistão, de um antigo conhecido. Então inicia-se um flash-back que nos leva para o Afeganistão do fim dos anos 70, onde Amir ainda criança, filho de um pai rico, é o melhor amigo de Hassan.
O problema é que Hassan é empregado da casa e pertence a uma etnia banalizada. Mas o pai de Amir é muito bom homem e gosta do menino quase como um filho. Hassan ainda possui o dom de saber onde as pipas vão cair, trazendo sempre o prêmio para Amir, muito bom em cortar pipas em duelos. Sempre perseguidos por valentões, um dia Hassan é estuprado por três meninos. Para a vergonha de Amir, ele assiste a tudo mas não tem coragem para intervir e foge (o que era de se esperar de uma criança). Consumido pela culpa ele se distancia de Hassan que mais tarde vai embora da casa de Amir.
Um ano depois o soviéticos invadem o Afeganistão e pai e filho precisam fugir em condições sub humanas para o Paquistão, de onde seguem caminho para imigrar para os EUA. Nos EUA Amir se casa e o pai morre de cancro. Voltamos para o presente e Amir viaja ao Paquistão para reencontrar o amigo que está a morrer, mas fica a saber que sua verdadeira missão será voltar ao Afeganistão e resgatar o filho de Hassan em meio a um país controlado pelos talibãs enquanto alguns segredos são revelados.

Mesmo abordando questões tão delicadas como imigração, violência sexual, discriminação racial, governo ditatorial, expiação, violência, culpa e amizade, é difícil vê-lo como algo além de um melodrama que tenta arrancar-lhe lágrimas. Outro ponto ruim, presente também no livro, é que apesar de a história tentar reproduzir a cultura afegã (e parte do filme foi mesmo filmado no país), temos muita ocidentalização, como por exemplo o estilo de vida do pai de Amir que bebe uísque e ouve música em inglês. O próprio romancista, nascido no Afeganistão, vive a anos na América (o livro deve ter muito de auto-biográfico), longe da realidade de lá. E, sem dúvida, O caçador de pipas é demasiado ingênuo com suas idealizações de amizade e metáforas que caem por terra. Porque Hassan não entregou a maldita pipa aos agressores???
O melhor do filme, que apesar dos pesares não é de todo ruim, inclusive tendo recebido notas máximas de alguns críticos - para minha surpresa -, é o uso de dois meninos atores nativos, conversando em seu idioma. E a trilha sonora é até boa.

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