Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios - 2012; 'slow cinema' tupiniquim

Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios (Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios), lançado em 2012.
Um filme de Beto Brant e Renato Ciasca.

Baseado no best-seller homônimo de Marçal Aquino, este filme é uma espécie de exemplar brasileiro de "cinema contemplativo". O que foi uma surpresa agradável.

No Pará, a complexa Lavínia (Camila Pitanga), ex-prostituta casada com o pastor Ernani (Zecarlos Machado), se envolve com o fotógrafo Cauby (Gustavo Machado), forasteiro sedutor e de vida livre. O triângulo, porém, não dura em paz por muito tempo.

Primeiramente devo dizer que não li o livro, embora tenha ficado com vontade depois de ler algumas resenhas da obra literária e comentários com a já previsível comparação a dizer que o livro é muito, muito melhor que o filme (que se focou mais em parte da história e suprimiu vários personagens secundários). Não sou eu quem vai reforçar essa comparação, ao menos não por hora já que ainda não li o tal livro, mas que o filme é bom, é.


Mas o que mais chamou a atenção foi um detalhe que até agora não tinha visto ainda no cinema nacional, ao menos não o pouco que até agora já assisti de nosso cinema: Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios se aproxima bastante do slow cinema tão comum no cinema europeu. Longos planos e cenas com apelo quase exclusivamente estético (pouca ou nenhuma função narrativa) se intercalam entre as cenas que, num geral, são de relativamente poucos diálogos. Não se chega àquela ortodoxia de completa ausência de trilha sonora e pouquíssimos diálogos, mas é um filme que flerta sim com esse estilo de cinema. Aqui existe trilha sonora, mas é mais comedida que o que é normalmente praticado em Brasil; há falas, mas ainda existe uma preocupação em passar informações sobretudo por meio de gestos e expressões faciais; cenários e cultura local tem seus momentos de protagonismo; a nudez é explorada num contexto natural, sem objetivar excitação.


O filme também me apresentou uma Pitanga que eu desconhecia. Sempre achei ela acima da média nas novelas globais em que a vi, melhor que colegas horríveis como Caio Castro e Cléo Pires, não mais que isso. Aqui ela dá vida a uma personagem complexa, santa e puta, perturbada, cheia de culpa e dúvidas e certezas. Linda, exala erotismo nas não poucas cenas em que fica nua sem pudores. Não consigo imaginar outra atriz no lugar dela. A atuação lhe valeu alguns prêmios de melhor atriz dramática dentro do país.


Não tão felizes mas ainda assim bons, Gustavo e Zecarlos Machado dão vida aos homens da trama. Gustavo se sai ainda melhor que o colega, e o Cauby que ele nos apresenta, bonito, sedutor, alegre e inconsequente é muito crível. Já Gero Camilo, que faz o antagonista Viktor Laurence, entrega um trabalho fraco e estereotipado.

Enfim é um filme que merece uma visita. Visualmente é lindo. A trama, ótima. O elenco, bom.



Nenhum comentário:

Postar um comentário