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domingo, 8 de junho de 2014

A Grande Ilusão (All The King's Men) - 2006; destruindo expectativas

A Grande Ilusão (All the King's Men), lançado em 2006.
Um filme de Steven Zaillian.
A grande ilusão tem sido lembrado pela crítica e público como uma verdadeira desilusão. Baseado num dos mais admirados livros do século XX, com um elenco cheio de grandes nomes e escrito e dirigido por Zaillian (que assina os roteiros de A lista de Schindler, Gangues de Nova York e Os homens que não amavam as mulheres) o filme que era promissor acabou decepcionando toda a gente.
 
Willie Stark (Sean Penn) é um advogado de uma pequena cidade nos anos 40, de origem humilde e cheio e idealismo político. Depois de tomar algumas rasteiras ele acaba se elegendo governador do estado da Louisiana, após ganhar o apoio da população pobre com discursos inflamados e populistas. Stark contrata o jornalista e amigo Jack (Jude Law) para investigar o passado de seu padrasto (Anthony Hopkins) e encontrar algo que possa ser usado para chantageá-lo. Essa trama também acaba envolvendo os irmãos Anne (Kate Winslet) e Adam Stanton (Mark Ruffalo), filhos de um popular ex-governador e amigos de infância de Jack, que também é apaixonado por Anne.

All the King's Men foi publicado em 1946, por Robert Penn Warren. Com o sucesso do livro, a primeira adaptação veio já em 1949 (post em breve), que acabou levando o Oscar de melhor filme. Esta obra de Zaillian não é um remake do outro filme. Inclusive é apontado como mais fiel ao romance que seu antecessor, mas tropeça numa narrativa confusa difícil de compreender, excessos de direção e atuação e firulas estéticas de gosto duvidoso, embora num geral a fotografia seja bela.

A queda moral e ideológica de Stark cai num piscar de olhos assim que sobe ao poder, quando toda a podridão da política o cerca e tenta derrubá-lo. Sua luta contra eles o faz ficar como eles. Mas isso é o que subentendemos. Não dá tempo de assimilar muito mais, é muito brusca a mudança de conduta. E várias outras cenas soam confusas, revelações de algo que nem poderíamos suspeitar pois não tínhamos motivos para tal nos são enfiadas goela abaixo, entre outros deslizes. Até a verdadeira personalidade do protagonista é um tanto confusa, em parte por Sean Penn - grande ator - não estar em sua melhor forma e exagerar na atuação (mais até que Anthony Hopkins, outro grande nome do elenco e que sempre é lembrado por excessos do tipo), mas sobretudo por problemas no texto.
Jude Law, cujo personagem quase parece ter mais importância dentro da trama, também não está assim tão bem. A ambiguidade de Jack, em vez de ser algo bom que o torna mais humano e crível, nos deixa confuso sobre o que quer e o que pensa, mesmo sendo ele o - dispensável - narrador da trama, que usa frases de efeitos com elevada frequência.
Kate Winslet, como sempre, não decepciona. No elenco é quem soa mais natural, mesmo também tendo um papel pouco desenvolvido e confuso como os outros. James Gandolfini, Patricia Clarkson e Anthony Hopkins são subutilizados, quase figurantes.


Entre subtramas, distrações, flashbacks e cenas repetidas, o foco principal, que seria sobre políticos e política, se perde e nos resta o melodrama envolvendo amor e ódio. Não é dos piores filmes, e além da já citada linda fotografia tem uma trilha sonora interessante, assinada por James Horner. Mas que eu esperava muito mais isso é verdade.

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