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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A Igualdade é Branca (Trois Couleurs: Blanc) - 1994; ainda te quero

A Igualdade é Branca (Trois Couleurs: Blanc), lançado em 1994.
Um filme de Krzysztof Kieślowski.


Segundo filme da Trilogia das Cores, Blanc é um drama com ares de comédia que trata da cor branca da bandeira francesa e do ideal de igualdade da Revolução Francesa. Dos três este era o predileto do cineasta.

Em Paris o cabeleireiro imigrante polonês Karol (Zbigniew Zamachowski) é casado com a francesa Dominique (Julie Delpy). Mas o casamento é anulado numa sessão judicial onde Karol é humilhado. Sem esposa ele perde a cidadania francesa, amigos e a parte que tinha como sócio da esposa num salão. Num estado de mendicância ele ainda consegue voltar para a Polônia, onde ele prospera financeiramente e busca ficar igual à ex.

Diferente do primeiro filme, Bleu, que é mais lento e melancólico, Blanc é mais dinâmico e leve, inclusive flerta de perto com a comédia na hora de narrar os desencontros e tristeza de seus personagens.

Karol ama a esposa, mas tem problemas de ereção que impedem que satisfaça Dominique sexualmente. Ela também o ama, mas irritada diante dessa carência de sexo decide anular o casamento. Esse Karol sozinho num país que não é seu, sem dinheiro e sem documentos, conhece outro polaco - também infeliz embora por motivos distintos - e volta à Polônia recém-capitalista, onde muda de classe social, mas sempre triste e com nítida saudade de Dominique. Volta à Polônia do inverno, coberta de neve e igualmente branca no céu. Branco cor da pureza, cor sem cor, cor séria e calma. Como nos outros filmes, a cor é importante e está sempre presente em cenários, figurinos, na iluminação e nos filtros. Os closes em rostos e objetos estão presentes.A desmitificação das supostas "liberdade, igualdade e fraternidade" da França e do resto da Europa - supostamente unificada, dizer que mais tem de poético que de real - continua neste segundo filme. Igualdade é um termo controverso, pois a igualdade está longe de ser sinônimo de justiça. Chega até a ser difícil definir o que é a igualdade entre os homens. Que seria isso, iguais no ponto de vista do quê? As diferenças não deveriam ser respeitadas? Uma imagem muito conhecida é capaz de fazer refletir:



No filme há de se tentar equalizar as forças, as desgraças, as humilhações, a falta de comunicação pela diferença de idiomas. Obviamente isso só traz mais injustiça e sofrimento a Zamachowski, excelente no papel, e à linda Julie Delpy, que ao mesmo tempo nos causa uma certa antipatia pelas ações que faz com Karol e empatia pelos motivos do divorcio e pena da injustiça em que será enfiada.

O terceiro e último filme é A Fraternidade é Vermelha.

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