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sábado, 18 de julho de 2015

Juventude Transviada (Rebel Without a Cause) - 1955; o prenúncio

Juventude Transviada (Rebel Without a Cause), lançado em 1955.
Um filme de Nicholas Ray.
Talvez o mais visível filme da curta carreira de James Dean, ícone cultural dos anos 50 que morreu jovem num acidente de carro, Juventude Transviada aborda a mudança na juventude norte-americana dos anos 50 (que já prediziam os intensos anos 60), violência suburbana e conflito de gerações.


Jim Stark (Dean), após uma noite de bebedeira, é levado para a delegacia de menores infratores, onde tem um brevíssimo contato com Platão (Sal Mineo) e Judy (Natalie Wood), outros dois jovens em problemas. A relação entre ele e seus pais é conflituosa e distante, sobretudo por causa da posição submissa do pai diante da mãe; Judy carece de atenção paterna e Platão não tem pais. No dia seguinte ele tenta se aproximar da garota e acaba arrumando problemas com o namorado valentão dela e sua gangue. Platão, totalmente anti-social, consegue se aproximar dele. Entre tragédias, conflitos e violência os três se metem em problemas ainda maiores.


O próprio Nicholas Ray era um diretor maldito devido a seus filmes, bastante autorais, que abordam uma desconexão entre as pessoas e o mundo em que vivem. Na vida pessoal também era "errante", metido com drogas, álcool e sexo (incluindo rumores de que era bissexual). Entre detratores e admiradores (que incluía Godard) registrou seu nome entre os grandes cineastas do século XX. Nesse Juventude Transviada ele filma com paixão as aflições da juventude da época, que já se rebelava com as normas sociais vigentes e batia de frente com as gerações mais velhas que não a entendia. Numa época em que filmar o subúrbio e sua decadência ainda era novidade chocante.


Com fotografia de cores fortes, ambientes naturais e enquadramentos marcantes Ray filma com profundidade um punhado de jovens perdidos na vida, a trilhar um caminho de auto-destruição e de alegrias frágeis. Distantes dos pais e avós, com ideias e vontades dissonantes das deles, esses jovens inconformados tentam se adequar a grupos (verdadeiras gangues) onde uma visão distorcida e perigosa de "honra" e "coragem" impera. Ao mesmo tempo, mesmo acompanhados, cada um parece mais solitário, angustiado e infeliz que o outro. Ao redor uma sociedade decadente hiper-capitalista e instituições como escola, família e polícia falidas a cooperarem para a formação de uma personalidade agressiva.
Os mesmos abismos entre juventude e e gerações anteriores que formaram a geração rebelde que pouquinho depois se fez ser ouvida nos vibrantes, sangrentos e revolucionários anos 60.
A trilha sonora marcante, a narrativa dinâmica e eficiente e o trabalho excepcional do elenco, sobretudo de Dean, ajudam a manter a obra.
Rebelde sem Causa, hoje um clássico atemporal, merece sua atenção.

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