Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Bem me quer, mal me quer (À la Folie… Pas du Tout) - 2002; obsessivo amor

Bem me quer, mal me quer (À la Folie… Pas du Tout), lançado em 2002.
Um filme de Laetitia Colombani.
Audrey Tautou, conhecidíssima por seu papel como a doce Amélie Poulain, aqui empresta novamente sua beleza e doçura. Aqueles mesmos olhos meigos estão aqui. A diferença é que agora estes olhos pertencem a uma doente mental capaz de sujar as mãos de sangue.

Angélique (Tautou) é uma artista plástica profundamente apaixonada pelo médico Loic (Samuel Le Bihan). Mas a suposta relação entre os dois parece muito conturbada o que faz com que os amigos dela a aconselhem a terminar. Loic, por outro lado, tem problemas com a esposa por causa dos presentes que recebe de Angélique.


Apesar do título brega dado no país (que apesar dos pesares tem uma certa vantagem, já que faz a todos pensar se tratar de um romancezinho bobo qualquer para depois vir a surpresa) o filme é sobre ilusões e se divide em duas partes, feitas a partir de dois pontos de vista, onde uma é romance e outra é um thriller.


Usando essa estrutura o filme aborda a vida de uma erotomaníaca - portadora de uma espécie de paranoia na qual se acredita piamente que existe um profundo caso de amor entre o doente e um outra pessoa. Dessa forma os eventos, vistos duas vezes, na verdade acabam completamente diferentes. Até a realidade é subjetiva, meus caros leitores. Sempre vivenciamos situações de modo distinto a outras pessoas.


Enquanto pelos olhos de Angélique o mundo é colorido e romântico, pelos de Loic é cinza e assustador. Essa divisão ocorre inclusive na estética. De fato a fotografia é levemente mais saturada na primeira parte que na segunda, assim como a própria Angélique (tão doce na primeira parte que chega a ser irritante) aparece em cena na segunda parte geralmente menos feliz. Se no início o filme soa demasiado banal e estúpido, "fofinho" demais, com cara de romance barato, é um modo de deixar a reviravolta inesperada. Pena que a diretora recorre a clichês do naipe de inserir um amiguinho apaixonadíssimo que fica a chupar o dedo, comentário narrativo feito pela protagonista e a falta de cuidado com a casa como forma de indicar a passagem do tempo e e o estado de desequilíbrio emocional.
Ainda assim o filme tem um frescor interessante e um roteiro, que se não é dos mais originais em estilo narrativo e temática, tem um enredo inesperado e provavelmente inédito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário