Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard) - 1950; quando a estrela deixa de brilhar

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard), lançado em 1950.
Um filme de Billy Wilder.
Crepúsculo dos Deuses é um noir sobre o declínio do cinema mudo, trazendo Gloria Swanson como uma velha atriz, rica, complexada por ter sido esquecida pelo público depois de ter sido uma grande estrela do cinema sem som. Mais que isso, é uma crítica à indústria do espetáculo, que descarta sua gente quando envelhece ou perde parte da fama.

Joe (William Holden) é um endividado roteirista de cinema. Um dia, fugindo de credores que tentavam confiscar seu carro, ele se depara com uma mansão com ares de abandono em plena Hollywood. Ele descobre que lá vive Norma Desmond (Gloria Swanson), estrela de cinema mudo completamente esquecida pelo público. A contragosto, ele começa a trabalhar para ela, corrigindo um roteiro que ela escreveu com o intuito de reestrear no cinema. Também se envolve com ela, em troca de dinheiro e presentes caros. Mas o preço é alto.

Grande clássico do cinema e um dos mais aclamados filmes de Billy Wilder, Crepúsculo dos Deuses
trata da perecibilidade das carreiras no show business. Norma que antes era a menina dos olhos de certos produtores, foi descartada e esquecida. Enfiada no seu casarão escuro na avenida Sunset Boulevard, símbolo do glamour e do status em Hollywood, ela passou anos amargurada, torrando sua fortuna e jogando baralho com amigos atores que também foram esquecidos, usando maquiagem e suas melhores roupas. O esquecimento, porém, não a tornou mais humilde e simples. Muito menos a sede de câmeras e holofotes sobre si.
Seu ego super-inflado (em parte devido às mentiras de seu criado) faz com que diga "eu sou grande, os filmes é que ficaram pequenos para mim", assista seus próprios filmes com frequência e aja com extrema arrogância. Swanson é incrível no papel. Talvez por ser mais ou menos biográfico. A atriz teve seu auge no cinema mudo e andava esquecida, quase aposentada. Retornou no que foi o principal papel de sua carreira.
Já Joe também quer o sucesso, sobretudo dinheiro. Nisso vai vender a alma em detrimento de seus verdadeiros sentimentos, que nutre pela namorada de seu amigo, uma aspirante a roteirista.
Entre estes e outros personagens ambíguos, se molda esta grande crítica ao sistema.

É conhecido o poder da fama em cegar. É conhecido que a busca desenfreada pela fama na maioria das vezes, além de não dar em nada, corrompe as pessoas. Wilder conheceu bem tudo isso, era seu ambiente de trabalho. Crepúsculo dos Deuses é do período do auge de Hollywood, seu período mais glamouroso, rico e esnobe. Não que tenha melhorado. Por isso ele reproduz bem todo o cinismo, o brio e a paranóia. Na parte visual, não faltam belas sequências e incríveis cenários e figurinos.

Por fim Wilder nos presenteia com um final cheio de ironia, de tirar o fôlego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário