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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Fargo (idem) - 1996; violência e discreto humor negro

Fargo (Fargo), lançado em 1996.
Um filme dos irmãos Coen (Ethan Coen e Joel Coen).
O mais clássico dos filmes dos irmãos Coen, lembrado como uma das grandes joias do cinema dos anos 90. Supostamente contando uma história real (o roteiro assinado pelos irmãos, ao que tudo indica, não tem nada de real) os dois diretores criam uma espécie de thriller misturado com humor negro.

Metido numa encrenca financeira, Jerry (William H. Macy), o gerente de uma loja de automóveis, contrata dois homens para sequestrarem sua esposa, obrigando o rico sogro a pagar uma grande quantia pelo resgate. Mas seus planos começam a dar errado quando os dois sequestradores são obrigados a matar um policial. Para piorar para eles, a detetive Marge (Frances McDormand), que está grávida, começa a investigar o caso profundamente.

A força de Fargo está em como os irmãos conduziram a trama. Ela é simples, um tanto banal, até. A narrativa também. Na verdade o filme é construído em cima de clichês e ações corriqueiras, temperadas com absurdos trágicos que dão um humor por trás disso tudo. É como se tivessem pegado trechos de um punhado de crônicas sobre o dia a dia de uma cidade pacata e os unido em torno de uma trama policial, formando um conto que então foi filmado.
Muitas são as situações corriqueiras que nos permitem nos identificarmos com elas. O sotaque caipira nos parece bobo e um lugar-comum. Então acontecem situações inesperadas ainda que comuns. Vez ou outra algo realmente absurdo ou, pelo menos, improvável ocorre (o simples depoimento de um morador é engraçado de tão estúpido que é). E assim o roteiro é construído. Parece pouco, mas a meia dúzia de linhas bobas que eu escrevo não são capazes de transmitir com clareza o estilo Coen de filmar. O estilo dos irmão é percebido e reconhecido em seus filmes. Como inúmeros outros cineastas você não consegue explicar muito bem como é o estilo, mas sabe muito bem que ele existe e o identifica. Quem conhece um pouquinho de Scorsese, Eastwood, Dardenne ou Coen, só para citar alguns exemplos, é capaz de olhar para trechos de obras ainda desconhecidas desses diretores e, no mínimo, desconfiar que eles podem ser os autores.

O humor dos Coen é bem pessoal. Não é de fazer risadas nem é comum; é mais de provocar uns sorrisos perplexos por causa de suas ironias e absurdos. Quem viu o ótimo Onde os fracos não tem vez sabe muito bem o que eu digo.
Aqui esse humor se materializa sobretudo na imagem do ótimo William H. Macy. Ele passa muito bem a sensação de um homem meio desequilibrado, fracassado e submisso. Steve Buscemi, um dos sequestradores, também é incrivelmente cômico e exagerado. Por outro lado a policial de McDormand é esperta e sensata, de uma personalidade séria e forte que é equilibrada com uma adorável doçura. Só não sei se realmente merecia o Oscar.

Só mesmo os Coen para mostrar o sangue derramado desmacular a frieza da fotografia e o branco da neve com tanta magia.
#ficaadica

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