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domingo, 12 de janeiro de 2014

A Viagem para Darjeeling (The Darjeeling Limited) - 2007; redenção e busca espiritual

A Viagem para Darjeeling (The Darjeeling Limited), lançado em 2007.
Um filme de Wes Anderson.
Lembram do curta-metragem Hotel Chevalier? Aquele é o prólogo para este filme aqui (que pode ser visto e compreendido sozinho sem problemas, embora valha a pena assistir ao curta; basta clicar no link acima). Ambos são de Wes Anderson, conhecido pelas suas tragicomédias e com uma legião de fãs ao redor do mundo.

Depois de seu breve encontro com a namorada em Paris (isso acontece no curta), Jack (Jason Schwartzman) vai para a Índia a pedido do irmão Francis (Owen Wilson). Chegando lá ele descobre que o irmão Peter (Adrien Brody) também foi chamado. Acontece que a relação dos três não é muito boa e já não se viam a muito tempo. Francis explica que armou aquela viagem para fazerem as pazes e percorrerem o país numa viagem espiritual, a bordo do trem Darjeeling Limited.

Anderson molda uma história comovente e engraçada, cheia de situações absurdas e escrachadas. O trem em que viajam, além de colorido e excêntrico, é luxuoso. Um trem maravilhoso no qual a maioria das pessoas gostaria de viajar pelo mundo. Lá há alguns coadjuvantes peculiares, que em maior ou menor grau se envolvem com nossos personagens.
Eles, por outro lado, não escondem a fragilidade de suas personalidades e os problemas pelo quais passam. Francis arrebentou o rosto num acidente de moto (que parece ter sido uma tentativa de suicídio) e anda enfaixado como uma múmia. Com a segunda chance que teve de continuar a viver ele procura uma espécie de redenção e tenta resgatar os vínculos com os irmãos. Jack só pensa na sua relação com a namorada e Peter está inseguro, tinha planos de se divorciar da esposa que não ama e descobriu que ela está grávida. 

Mais tarde no filme descobrimos que a viagem ainda tem um significado oculto que Francis não quis revelar aos irmãos, que também tem haver com as relações familiares deles (aliás, a família sempre foi disfuncional).
Anderson nos conduz nessa viagem agradável pela Índia, lugar que exerce fascínio pela sua cultura diferenciada, exótica e mágica. Nela acompanhamos de perto os três irmãos com suas loucuras e seus dramas. Vale lembrar que os três atores dosam muito bem suas atuações.

Visualmente o filme é lindo. Além de colorido e cheio de texturas, quase somos capazes de sentir o cheiro dos cenários (inclusive numa fala há uma pequena homenagem ao pais, na qual o personagem diz que nunca vai esquecer do doce cheiro da Índia); uma experiência sinestésica que ainda conta com interessantes câmeras-lentas, cortes rápidos e uma incrível fotografia dentro do trem (não sei nem como explicar o que acontece para a imagem ficar tão legal nos corredores estreitos da locomotiva). Só vale lembrar que o bom humor do filme não é daqueles de se dar gargalhadas.

#ficaadica

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